“Princípio Cosmolográfico” (uma percepção multidimensional)

O conhecimento atual acerca da Natureza vem demonstrando ser o Universo … uma vasta rede informacional quantum-holográfica, harmonicamente organizada em todos os níveis de complexidade. Esta interconectividade – não limitada pelo espaço-tempo…se constitui num ‘campo de informação não-local’ nos interligando instantaneamente a todo Cosmos.

dentrodocosmos

Um dos temas centrais na Física hoje talvez seja…consistentemente, tentar descrever os “mecanismos” do nosso “universo observável“. E uma das maiores dificuldades para isso, é que  quanto mais ‘informações‘ sobre a ‘verificação das hipóteses’ se juntam, mais incertezas surgem. – Esse…por exemplo é o caso do debate de como  energia e matéria, moldam nosso universo. – Sempre quando temos a ‘certeza’ de haver solucionado nosso problema logo um “buraco negro” vem destroçar nossas velhas teorias.

Nosso maior problema deve ser que… quando procuramos respostas de                          como tudo funciona… descobrimos que estamos em desvantagem – por                            nossos próprios sentidos limitados… Leibniz percebeu isto no século 18,                                  ao julgar tempo, espaço, matéria e energia…”construções intelectuais”. 

Um modo de melhor entender este conceito…é fazendo uma viagem imaginária para dentro dos limites do átomo. – À medida que encolhemos, podemos observar cadeias individuais de moléculas…que parecem estar…infinitamente…ligadas umas às outras.  Encolhendo um pouco mais, moléculas dão lugar a átomos individuais. Abalados por enormes espaços entre átomos, concentramos nossa atenção em um, para ver de que            é feito…E a casca exterior inexplicavelmente se dissolve em gigantesco espaço vazio.

A ‘perturbadora’ visão quântica                                                                                              Depois do que parece ser uma eternidade…chegamos ao minúsculo núcleo no centro;        e à medida que seguimos, este aparente sólido se dissolve em nada. – Estamos então, cercados pelo vazio. – Agora, espere um minuto; para onde foi toda aquela matéria?

Talvez possamos olhar em direção à Mecânica Quântica para obtermos a resposta… Da teoria holográfica, sabemos que a luz pode ser descrita como sendo tanto partícula quanto onda. O mesmo se dá com a toda a matéria. Conforme a teoria quântica, cada quantum de matéria é tanto partícula quanto onda, e permeia o universo…não existe matéria como tal, só probabilidades de densidades no continuum. Pela teoria…ao se observar uma partícula, do tipo elétron, define-se sua exata localização como uma “nuvem de probabilidades.

Não podemos saber exatamente onde ele está, num tempo dado…Mas,                                    podemos dizer que estará provavelmente em tal lugar… E isto é muito                                  perturbador, pois nos acostumamos a definir a localização das coisas.                                    Ainda nos perturba saber que certos fundamentos que fazem parte do                                    nosso mundo real – não possam ser bem definidos, no tempo e espaço.                                  Todavia, sabemos que a nível microscópico a física não nos é familiar.

Para Itzhak Bentov  “parece que a micro realidade que subjaz a todo nosso sólido ‘bom senso’ é um vasto espaço vazio preenchido com vários tipos de ‘campos’ diferentes… todos interagindouns com outros”Ou seja matéria é só um tipo especial  de energia (Teoria da Relatividade). Assim…a “partícula” só existe como manifestação aos sentidos… — Mas, tudo que conhecemos, é feito delas!

Campos de energia

Se matéria pode ser reduzida a uma série de campos oscilantes sem posição determinada, então nossa descrição da localização da partícula não necessita, absolutamente, se limitar a onde nós ‘pensamos que ela deveria estar. É, na verdade, possível dizer que…num dado instante no tempo, ela pode existir em qualquer lugar – ou mesmo em todo lugar… desde que não existam condições limitadoras colocadas pela natureza. – E aí identificamos que:

1) Quando examinada de perto…descobre-se que a matéria é formada de energia.
2) Temos uma experiência sensorial limitada sobre matéria e energia — uma vez              que a utilizamos em nossa percepção de complexos agregados destes fenômenos.             Deste modo podemos não estar vendo de que elemento eles realmente são feitos.
3) Matéria não pode ser localizada – “precisamente” no espaço…podendo existir              em qualquer lugar (ou…em todos eles) uma vez que viaja a velocidades incríveis.                 4) Se matéria é energia, e viaja como ondas… – estas podem interagir… e formar                 ‘padrões de interferência’. 5) Energia, preenchendo todo o universo; de repente, instantaneamente “colapsa” para formar uma partícula. Agora, se combinarmos                  as condições 4 e 5, somos levados à incrível postulação: 6) Energia preenchendo            todo espaço, necessariamente, forma“padrões de interferência” – e, fora desta    condição, completamente… “difusa” — “a matéria é instantaneamente formada”.

Assim, acabamos de descrever a criação de um hologramae então postulamos que o universo opera holograficamente‘…Ou seja, a energia interage por interferências construtivas e destrutivas, formando ‘hologramas. A energia operando em um nível mais básico de, talvez…densidade muito mais alta…forma ‘hologramas’…aparentando ‘objetos reais‘ – quando vistos como um agregado de nódulos infinitesimais – a um padrão de interferência de onda…estacionário. Então, para discutir a validade de uma cosmologia holográfica”  certas condições para sua criação precisam ser verificadas:

1) De que maneira padrões de interferência de onda estacionária são                                  formados…propagados – ou se manifestam?… – 2) O que atua como                                    radiação coerente?3) A informação é armazenada pelo sistema, de                                  modo homogêneo? 4) Um holograma armazena toda perspectiva do                                  sistema?Neste caso, abarcaria todas dimensões do espaço/tempo?

Para recapitular, ondas estacionárias ocorrem quando uma frente de onda toma uma aparência estacionária – enquanto a energia segue passando através do sistema, com       cada onda sucessiva tomando o lugar da anterior…”Ondas estacionárias” são geradas       na reconstrução do holograma (ou visualização do objeto, no caso material), uma vez que…como o holograma continua a ser iluminado, por um certo período de tempo…a mesma frente de onda continua a ser formada. Para o “holograma ótico”…as relações      entre ‘ondas estacionárias’ devem ser mantidas ao longo de sua imagem inteira – ou,      no caso…de todo universo…explicando, com consistência, seu “conjunto holográfico”.

Se isto é verdade, então a energia deve passar através das partículas – de tal                  maneira que produza a ilusão de estar sem movimento…ainda que a energia                    deva exibir ‘movimento harmônico simples’ como resultado da interferência                        de algum sistema de radiação coerente. – Mas…como podemos detetar isto?

Bentov descreve como a“mecânica ondulatória” pode fornecer uma intuição‘…à consistência das ondas estacionárias…Por analogia, quando uma corda vibra na relação total de seu comprimento, resulta em um tipo deonda estacionária de harmônicos simples“. Igual tipo de onda pode ser também gerado num sólido, quando o padrão se amolda à “distribuição atômica”. Por exemplo, um cristal vibrando é um oscilador, que colocado próximo a um cristal similar poderá fazer os dois oscilarem em fase (“sintonizando o sistema“). 

É também o que acontece quando uma corda de violino faz vibrar o resto do instrumento. Existe a óbvia amplificação sonora (energia). – Se ainda mais vibradores são adicionados, irão se somar à força do sistema ressonante (como uma sinfonia). Supondo átomos…com    seu número total no universo, a soma de energia gerada nestes osciladores… é espantosa!

E, quanto maior o número de osciladores dentro de um sistema, mais difícil perturbá-lo. Deveríamos então, esperar uma visão “extremamente consistente” – do comportamento estável de uma partícula a nível atômico, em simples movimentos harmônicos de seus átomosE eles realmente o fazem. Físicos descobriram “vibrações harmônicas” simples em todas partículas básicas da matéria… – Dentro de nossos corpos … átomos são como “osciladores” – vibrando à razão de 10e15 Hz. – É bem possível que cintilem ligado e desligado” – porém ainda não temos meios de registrar fenômenos assim tão rápidos.

A ilusão da substância                                                                                                                “Aquilo que nos aparenta ser o mundo estável, tangível, visível, audível é uma ilusão.       No fundo, ele é dinâmico e caleidoscópico, e…realmente…não está lá”. (David Bohm)

Descrevemos um sistema … pelo qual um conjunto de “ondas estacionárias” podem funcionar em fase canalizando assim enormes quantidades de energia, através de             um sistema ressonante’, e mantendo a estrutura de frentes de onda aparentemente         sem movimento. – No nível macroscópico a existência da estrutura de base…a cada momento, dá origem à… “ilusão de substância”  por meio de sua consistência.    Como exemplo…vamos imaginar o seguinte cenário. Começamos com um “mar” de energia coerente, com uma frequência extremamente alta…a qual somos incapazes            de perceber diretamente…A isto, acrescentamos outro ‘mar de energia’…levemente        fora de fase…em relação ao 1º. — Podemos então…esperar que o seguinte aconteça:

1) Interferências ocorrerão em separado dentro de cada mar formando nodos e antinodos. 2) Em relação um ao outro, os 2 mares (fora de fase) irão gerar frequências de “pulsação”, ou batimento, com períodos mais baixos que os originais Uma frequência de pulsação é uma onda secundária ilusória … formada pela diferença básica … entre 2 ondas primárias. 3) Estas frequências mais baixas poderão entrar no alcance do nosso universo visível…  E, sendo tudo o que podemos ver … essas ondas ilusórias construiriam a chamada realidade.

espuma quânticaO modelo cosmolográfico                              Uma ‘onda de fundo coerente’ pode ser, a princípio, semelhante ao ‘vácuo cósmico’. 

Normalmente – pensamos em cada ponto no ‘espaço e tempo’ como distinto e separado…e todas relações se dão entre pontos contíguos, neste “espaçotempo“. Mas ‘matéria‘ é como um tipo de microndulação num vasto oceano de energia (no ‘modelo holográfico‘ todas informações sobre uma dada partícula…estão presentes através do universo. Bohm chama isto de “ordem implicada”.) No modelo de Bentov, a energia pode ‘colapsar‘, para formar uma partícula…e, então – expandir a uma velocidade infinita… para preencher o universo. Desse modo, a informação de uma dada partícula é transmitida a toda parte. – Mas, resta daí uma questão: Por que alguns campos de energia parecem estacionários como matéria, enquanto outros se propagam no espaço, como a luz, e resto do espectro eletromagnético?

Nesse sentido … Einstein passou boa parte da sua vida pesquisando uma                          ‘teoria do campo unificado que unisse matéria, energia e gravidade.

O paradigma do buraco negro                                                                                              “Um corpo no qual todas as construções físicas fundem-se em                                              uma entidade unificada… – é…naturalmente, o ‘buraco negro’.

Discutimos como a existência de uma energia de referência supercoerente poderia estar por trás da construção de tudo; mas a verificação é difícil, e não temos uma explicação de como esta energia se torna matéria, e aquela outra se torna luz. Há porém, um fenômeno físico conhecido que poderia dar essa resposta. A definição de ‘buraco negro’ é a de um corpo, ou agregado de corpos, do qual nem energia, nem a matéria podem escapar… uma vez que a velocidade de escape é maior que a da luz…Nossas observações de BNs comuns (colapso estelar) são o que nós…de fora, pensamos estar acontecendo…do lado de dentro.

‘Buracos negros’ necessariamente, não precisam se limitar … a dado tamanho. Apoiando nossa definição, poderíamos assim descrever todo “Universo visível” como um único Buraco Negro. Se nos imaginarmospor momentossaindo para…”fora do buraco” – veríamos um  fenômeno similar. – Ou seja, veríamos um sistema, do qual nenhuma luz foge.  Por definição todas propriedades de espaço e tempo…também apareceriam, como um tipo de acontecimento único.  Stephen Hawking escreveu fantásticos artigos sobre miniburacos negros, possivelmente formados durante o Big Bang … demonstrando sua viabilidade.

Estamos então diante da ideia de que BNs possam existir numa variedade de formas e tamanhos, adequados para cada ocasião. Pensando assim, poderíamos imaginar o que aconteceria com micro-BNs, ao nível atômico – no centro de toda partícula material:

1) Espaço e tempo se fundiriam em uma singularidade, se tornando indistinguíveis.     — Esse seria o fenômeno que ocorre por dentro dos limites dadistância de Planck“.
2) A Relatividade não teria função dentro de cada buraco negro individual…Efeitos relativísticos seriam descritos…porém, como agregado destas mônadas individuais.
3) Esperar-se-ia que o buraco negro capturasse matéria (outros buracos) sob certas circunstâncias, e a aniquilasse sob outras…  O átomo é capaz de ambas as funções.

As implicações deste modelo à “cosmolografiasão muito importantes.  Ele possibilitaria um outro exemplo, de como…”o todo está também contido em cada               uma de suas partes” – bem como poderia descrever o mecanismo pelo qual – por                  meio de incríveis energias geradas por “ressonância” uma imagem consistente              das partículas atômicas pode ser derivada. Mostraria também como um universo            unificado composto por ‘singularidades‘, poderia ser responsável por todas as configurações de “espaçotempo” que temos observado, com a distribuição destas propriedades sendo… – predominantemente… –“holográficas”. (EBA/UFMG) ***************************************************************************

Afinal… Existe uma… “realidade objetiva”?                                                                      E se todo o Universo funcionasse como um holograma                                          (armazenando – “informações” … onipresentemente)?

275px-SPDC_figure

Em 1982um grupo de pesquisa liderado pelo físico Alain Aspect descobriu que sob determinadas circunstâncias – ‘partículas subatômicas’… como fótons ou elétrons, podem…instantaneamente…se comunicar entre si – a despeito da distância que as separe. Não importa se esta distância é de    10 milímetros, 10 metros ou 10 bilhões de Kms…De alguma maneira…uma partícula sempre sabe … o que a outra está fazendo.

O problema, é que esta nova descoberta, denominada ‘emaranhamento quântico‘      desconsidera o postulado de Einstein,      onde uma comunicação não pode viajar    mais rápido do que a ‘velocidade da luz’.

Para o físico David Bohm, por exemplo, as descobertas de Aspect implicam que a realidade objetiva não existeque – a despeito da aparentesolidez o Universo está no coração de um holograma fantástico…gigantesco e extremamente detalhado. – A “natureza fractal” do todo em cada parte de um hologramanos proporciona um modo inteiramente novo de entender organização e ordem. A ciência ocidental – durante a maior parte de sua história, tem trabalhado dentro do conceito de que a melhor maneira para entender um “fenômeno físico” seja ele um sapo ou um átomo é dissecá-lo e estudar suas respectivas partes. Se quisermos empregar essa abordagem – em relação a algo construído… “holograficamente”, não obteremos as peças da qual esta coisa é feita; obteremos apenas “inteiros fracionados”.

Bohm acreditava, que a razão que habilita subpartículas a permanecerem em contato          umas com as outras (a despeito da distância que as separa) não é porque elas estejam enviando algum tipo de sinal misterioso mas sim, porque esta separação é ilusória.        Ele sugere que a nível mais profundo de realidade, estas partículas não são entidades individuais, mas extensões de uma mesma…”coisa fundamental”. – Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que quer dizer – Bohm descreve a seguinte situação:

Imagine um aquário que contém um peixe…Imagine também que você não é capaz de      ver este aquário diretamente e seu conhecimento dele se dá por meio de 2 câmaras de televisão: uma dirigida ao lado da frente, e outra na parte lateral. – Ao observarmos atentamente os 2 monitores…presumimos que o peixe, em cada uma das telas, é uma entidade individual. Isto porque, com as câmeras colocadas em ângulos diferentes, cada uma das imagens será também ligeiramente diferente. Mas, se continuarmos a olhar para os peixes…adquirimos a “consciência” de que há uma relação entre eles. Enquanto um se vira, o outro faz uma volta correspondente…ligeiramente diferente; quando um se coloca de frente (a frente), o outro se coloca de frente (ao lado). – Sem sabermos das angulações das câmeras, somos levados – pelos sentidosa concluir    que os peixes estão se intercomunicando, apesar de, obviamente, não ser este o caso.

peixedouradosaltadoaqurioparaomarPara Bohm, a aparente“ligação mais rápida que a luz”entre partículas subatômicas está nos dizendo que existe um ‘nível de realidade’ mais profundo da qual não estamos privados, uma dimensão mais complexa além da nossa própria (análoga ao aquário). Dessa maneira, vemos tais “partículas subatômicas” como se estivessem separadas umas das outraspois estamos vendo apenas uma porção da realidade delas. Portanto, se nesse caso a aparente separação das partículas subatômicas é “só uma ilusão”isto significa que em nível mais profundo de realidade – todas as coisas do Universo estão infinitamente interconectadas.

Em um Universo holográfico, mesmo o tempo e o espaço não podem mais serem vistos como fundamentais, pois conceitos como localização se quebram diante de um Cosmos onde nada está verdadeiramente separado de nada… — tempo e espaço tridimensional, como as imagens dos peixes nos monitorestambém podem ser vistos como projeções    de ordem mais profunda. Este nível mais profundo de realidade seria similar a um tipo      de “superholograma” onde passado, presente e futuroexistem simultaneamente. Seja      o que for que contenha, é ainda uma questão em aberto. Pode-se até admitir, por amor      a argumentação que seja a “matriz” que deu origem a tudo em nosso Universo…e, no mínimo, contenha cada partícula subatômica que existe/existirá: Um tipo de ‘depósito’      de Tudo que é. Mas, se a concretividade do mundo nada mais é do que uma realidade secundária…e o que “está lá” é um borrão holográfico de frequências…sendo o cérebro    um holograma que seleciona algumas das frequências de tal borrão, as transformando, matematicamente…em “percepções sensoriais”…o que vem a ser a ‘realidade objetiva’?

Não seria difícil supor que, com base nesses fatos – a ideia de que algo…”está lá”…ou        “não” é mera convenção, pois o que chamamos de realidade é formulado e ratificado          a nível de “inconsciente humano” – ao qual todas as mentes estão interligadas (o equivalente ao inconsciente coletivo de Jung). Então, o que somos hoje é um reflexo        do que projetamos (consciente e inconscientemente) para nós mesmos — a aparente estrutura física do corpo, nada mais é do que a projeção holográfica da consciência

Na ciência tudo é discutível, não existem dogmas nem verdades absolutasPode ser            que outra teoria explique melhor essa comunicação instantânea entre partículas sub-atômicas…mas, no mínimo, como observou Basil Hiley — físico do “Birbeck College”,          de Londres “os achados de Aspect…indicam que devemos estar preparados para considerar novos pontos de vista radicais da realidade” (Já era tempo…) (texto base)       *******************************************************************************

Nosso Universo pode ser um gigantesco holograma (jan/2009)                                “O GEO600 estaria sendo atingido por micro-convulsões quânticas do espaço-tempo”.

GEO600Depois de muito procurar sinais de ondas gravitacionais…cientistas do experimentoGEO600instalado na Alemanha, podem ter realizado – por puro acaso‘…uma das descobertas mais relevantes da física, nos últimos temposNessa busca inicial, eles    se viram frente a uma espécie de…”ruído”, advindo de um efeito inexplicável captado continuamente pelo gigantesco detetor…a uma profundidade de…aproximadamente 600 metros – mergulhadoterra adentro.

Mas agora, Craig Hogan e colegas acreditam ter encontrado a explicação para esse ruído.  Segundo os pesquisadores…eles podem ter-se deparado com os limites fundamentais do ‘espaço-tempo’…o ponto onde ele deixa de se comportar como o suave contínuo descrito por Einstein, e se transforma em “grãos”. E o astrofísico, diretor do “Fermilab”, profecia:

“Se o resultado do GEO600 é o que nós suspeitamos que seja, então                nós todos estamos vivendo em um gigantesco holograma cósmico”. 

A ideia de que vivemos em um universo holográfico, sugerida ainda nos anos 1990 por Leonard Susskind e Gerard’t Hooft, pode parecer absurda inicialmente, mas ela é uma extensão natural das atuais teorias sobre buracos negros…e dos nossos saberes sobre        a estrutura do cosmos…segundo as teorias da física aceitas pela comunidade científica. 

Evaporação dos buracos negros

Nos anos 1970 Stephen Hawking demonstrou que os buracos negros não eram realmente negros; podendo emitir uma radiação… que – ao longo de eras… poderia fazê-los evaporar inteiramente…e, desaparecer. – O problema é que a “radiação de Hawking” não carregaria qualquer informação sobre o ‘buraco negro’ – e quando ele finalmente evaporasse… toda a informação da estrela que colapsou para formá-lo estaria irremediavelmente perdida. Mas isso contraria o princípio largamente aceito de que a informação nunca pode ser destruída.

Jacob Bekenstein então propôs uma solução para este paradoxo da informação dos BNs. Segundo ele, a “entropia” do buraco negro – que pode ser entendida como seu conteúdo  de informações – é proporcional à área superficial do seu…”horizonte de eventos”…uma espécie de fronteira imaginária…além da qual nada escapa à gravidade do buraco negro.  Trabalhos teóricos posteriores, demonstraram queondas quânticasmicroscópicas poderiam codificar as informações…do interior do BN … na superfície bidimensional de seu “horizonte de eventos”. – Estava assim… então aberto o caminho para a ideia de um “universo holográfico” – uma vez que … toda a informação tridimensional da estrela precursora do “buraco negro” – poderia estar registrada em um tipo de “holograma 2D”.

universo-holografico

[Imagem: Ephraim Brown]

Universo holográfico

Com o objetivo de propor um “universo holográfico“, os pesquisadores Leonard Susskind e Gerard’t Hooft…estenderam esse princípio… – para todo o Universo. Desse modo toda informação contida dentro dele inclusiveos raciocínios que desenvolvemos, ao ler essa matéria, estariam… com efeito codificadas ‘bidimensionalmente’, na superfície de uma suposta – “esfera imaginária” que circundaria… — o nosso…Universo.

Para que a teoria seja verdadeira, tal esfera imaginária, representando a fronteira final do nosso Universo, deve conter uma espécie de pixeis cósmicos…pequenos quadrados, com cada um deles contendo 1 bit de informação. São eles que Hogan acredita que o ‘GEO600’ está registrando. – Contudo, é importante perceber que o cientista não afirma ser o ruído, uma “evidência definitiva” de que vivamos em um Universo holográfico. O ruído pode ser só ruído mesmo… – de uma fonte interna do experimento que ainda não foi localizada.

O que Hogan afirma… é que a proposta de um Universo holográfico está de acordo com todas as atuais teorias da física… e o ruído captado pelo GEO600 faz sentido como uma explicação dos bits de informação bidimensional gravados na “esfera imaginária”… que nos envolve. No fim das contas, olhar os dados noutra perspectiva…pode ser uma mera questão de…mudar o holograma de posição – e passar a ver outra imagem. (texto base*********************************************************************************

Passagem.jpgQuem se importa com a 4ª D?

Algumas das mentes mais brilhantes do mundo, ainda que – sem sucesso…até o momento se dedicam a pesquisas nessa área frequentemente considerada como    o Cálice Sagrado da ciência moderna. Trata-se de uma ‘teoria unificada da gravitação quântica‘. A esse respeito Daniel Grumiller – da ‘Universidade de Viena’, Áustria – pensa ter solucionado alguns desses“insondáveis mistérios”. Seus resultados sobre buracos negros e ondas gravitacionais são na verdade de fritar os miolos‘…para dizer o mínimo.

Teoria quântica (sem gravitação)

Nós percebemos o espaço ao nosso redor como sendo tridimensional… Segundo Einstein, tempo e espaço estão irremediavelmente conectados, formando algo que podemos chamar de ‘espaçotempo‘…A adição do tempo ao eixo do nosso espaço tridimensionalcria o nosso contínuo-espaçotempo quadridimensional… Mesmo        assim, por décadas, cientistas têm se fascinado com a possibilidade de dimensões adicionais, escondidas de nossos sentidos. – Grumiller e colegas estão tentando o        enfoque oposto… – Em vez de postular “dimensões adicionais“, ele acreditam que          nosso universo pode de fato ser descrito… – com menos do que quatro dimensões.

Apesar de parecer mostrar uma imagem tridimensional, um ‘holograma’ na verdade é apenas ‘bidimensional’. Neste caso…a realidade tem menos dimensões que parece ter.        E, de fato, o princípio holográfico tem um relevante papel na física do espaçotempo.    Em vez de criar uma teoria da gravidade em todas dimensões do espaçoe, do tempo, poder-se-ia formular nova ‘teoria quântica’, com menos ‘dimensões espaciais’…Assim,    uma teoria gravitacional 3D se transforma numa teoria quântica 2D‘sem gravidade’.      

O pesquisador trabalha atualmente, em teorias gravitacionais com 2 dimensões espaciais    e 1 temporal, a serem mapeadas numa teoria quântica 2D, sem gravitação, que poderiam descrever ‘buracos negros’ de rotação rápida ou ‘cordas cósmicas’. (texto base mar/2009)  ***********************************************************************************

Teoria Vasiliev (na orígem do espaço e tempo)

beyond-timespace“De Onde vêm – o Espaço…e o Tempo?  Talvez sejamos ignorantes demais para compreender!”, comentou David Gross  (Nobel/2004) durante uma palestra    naCaltech algumas semanas atrás.

Curiosamente … a partir dessa palestra, venho me interessando por uma ‘teoria’    que parece confirmar essa preocupação     de Gross; justo por sertão complicada‘.

Mas, ao mesmo tempo observo o esforço com que pesquisadores vêm tentando, de todas as formas melhor compreendê-la. E tudo isso se justifica porque, simplesmente, a teoria promete um novo modo de…entender a fundo…como funcionam… – o espaço e o tempo.    A Teoria Vasiliev leva a extremos uma ideia básica da física moderna, de que o mundo consiste de campos: eletromagnético, gravitacional, e mais alguns outros, refletindo as 4 forças da natureza, e seus tipos peculiares de matéria. A nova teoria, com efeito, postula um nº infinito de campos, resultantes de formas cada vez mais complexas…descritas pela propriedade quântico-mecânica do…spin…como um grau de simetria rotacional.

A teoria foi proposta ao final da década de 80, pelos físicos russos Mikhail Vasiliev, e        Efin Fradkin, do Lebedev Institute/Moscou, mas é tão matematicamente complexa e conceitualmente opaca, que em alguma reunião de físicos teóricos sempre que alguém  toca no assunto…a maioria fica muda, ou começa a falar sobre qualquer outro assunto,       o mais diverso possível. E foi apenas há alguns anos que a teoria começou a ser levada        a sério; quando brilhantes matemáticos, daqueles que sentem um prazer peculiar com problemas impossíveis – mergulharam de cabeça… – e mostraram que ela é…apenas,  quase impossível de se compreender. – Inspirado por essa coragem, tentarei explicar  esse ‘bicho de 7 cabeças’, sintetizando palestras que participei…ministradas por Steve Shenker, da Stanford University; Andy Strominger, de Harvarde Juan Maldacena, Princeton. Também me utilizarei de bate papos com Joe Polchinski do Instituto Kavli      de Física Teórica e Joan Simón da University of Edinburgh; na certeza da cooperação.

O campo eletromagnético, e sua partícula associada (fóton) tem spin –1. Se você  girá-lo 360 graus… ele fica com a mesma aparência. – Já o campo gravitacional, e sua partícula associada (“gráviton“)… tem spin –2… – só é preciso girá-lo 180 graus.      Já as partículas conhecidas da matéria como elétrons, têm spin –1/2; sendo preciso      girá-los 720 graus para voltarem à aparência original; característica ‘contra-intuitiva’,    que acaba explicando o motivo pelo qual essas partículas resistem à…”aglutinação“, dando assim, integridade à matéria. (O campo de Higgs com spin-0, tem a mesma aparência…sempre e dessa forma…portanto, independe de seu grau de rotação.)

universo-hologrc3a1fico-1Na “teoria Vasilievhá também spin-5/2, spin-3, spin-7/2, spin-4…e assim por diante… Os físicos costumavam acreditar ser isso…’impossível’. – O motivo é que tais campos de spin’ mais elevados (mais simétricos)implicariam em novas leis da Natureza, análogas às da conservação de energia, e assim, nenhum par de objetos poderia interagir sem quebrar essas leis. E sendo assim a natureza colapsaria, tal qual uma moeda inflacionada.

À princípio, a…‘teoria das cordas principal candidata a uma teoria totalmente unificada, entra em conflito com essa ideia. Uma ‘corda quântica’ elementar…assim como uma corda de violão, possui uma infinidade mais alta de…’campos de spin‘ – similar aos mais altos harmônicos. – Estes, contudo, possuem um…’custo energético’ – que os faz “inertes”. Mas Vasiliev e Fradkin agora mostraram, que este raciocínio só se aplica, quando a gravidade é insignificante … e o espaçotempo não é curvo. — Sendo assim, no caso contrário … do espaço-tempo curvo, poderiam existir “campos de spin” elevados; e a ‘super-regulação’, talvez então não seja um ‘monstro‘ assim tão feio. – De fato, pode até ser uma boa notícia:

Campos de spin mais altos podem complementar o ‘princípio holográfico’ de forma de explicar a origem do espaço…do tempo…e da gravidade.

Suponha um “espaçotempo tridimensional” (2 dimensões de espaço + 1 de tempo), preenchido por partículas… que só interagem através de uma versão melhorada da força nuclear forte (não há gravidade). – Num ambiente assim, os objetos conseguem se comportar de uma ‘forma bem estruturada’… — Objetos de um dado tamanho só podem interagir com objetos de tamanho comparável bem como … só interagem se estiverem próximos uns dos outros…O ‘tamanho’ desempenha o mesmo papel da posição espacial; podemos pensar nele como sendo uma nova dimensão espacialmaterializando-se a partir das interações das partículas — assim como se fosse uma figura num livro pop-up.

O espaçotempo 3D original, torna-se o limite de um espaçotempo 4D, com a nova dimensão representando a distância entre eles. Assim, não apenas uma dimensão espacial emerge…como também a…”força da gravidade“. – A “força nuclear forte“…no espaço 3D – corresponde à…”gravidade” – em um espaçotempo 4D.

Um holograma é uma imagem 2d,                    contendo todas as informações (3d)                  referentes a um determinado objeto.

Assim…em relação ao Universo…o                        “princípio holográfico” assume                duas possibilidades…a) espaço 4D                    (análogo ao limite tridimensional);                    b) representado por um limite 4d,            contendo a mesma “quantidade                    de informação” — daquela contida                  em algum tipo de espaço 5D“.

No cenário 1, vivemos num espaço dentro do limite, e no cenário 2 estamos na fronteira, refletindo uma ordem superior da realidade que não percebemos diretamente. – Ambas teorias têm profundas implicações sobre a natureza do Universo onde vivemos. Como formulado por Maldacena no final da década de 1990, o princípio holográfico descreve um Universo maior … dentro do qual a ‘energia escura possui… “densidade negativa”, dobrando o espaçotempo, em uma assim chamada geometria anti-De SitterMas no ‘Universo real’, a energia escura possui densidade positiva, para uma geometria      De Sitter, ou alguma aproximação dela. Logo, estender o princípio holográfico a uma geometria assim é complicado… O limite de um espaçotempo 4D… de De Sitter, é um espaço 3D que jaz no ‘futuro infinito‘. – A ‘dimensão emergente’ nesse caso não seria      de espaço, mas sim, de tempo…o que é difícil de entender…mesmo para físicos teóricos.

Todavia, se for possível formular uma versão do princípio holográfico…para uma geometria De Sitter, ela não apenas se aplicaria ao…’Universo real’, como também explicaria o que o tempo é, realmente…‘sua incompreensão é a raiz de quase todos problemas da física hoje em dia’.

Holographic_twistÉ aí que entra ateoria Vasilievatuando tanto numa geometria anti-De Sitter…quanto em uma geometria De Sitter; sendo que, neste último caso … o limite 3D    é dirigido por uma simplificada versão da força nuclear forte. Ao encarar o desafio e aceitar a teoria de Vasiliev os físicos facilitam seu próprio trabalho.

No caso De Sitter o limite 3D correspondente é gerido por um tipo de teoria de campo      no qual o tempo não opera, fica ‘estático’. — A estrutura da teoria dá então origem à dimensão tempo; que surge de uma forma inerentemente assimétrica; o que poderia justificar a unidirecionalidade entrópica inerente à seta do tempo. Normalmente, o ‘princípio holográfico’ consegue explicar o surgimento de uma dimensão, deixando as outras sem explicação. Entretanto, a teoria Vasilievpode nos mostrar a coisa toda:

“Campos de spin” mais altos têm grau de simetria ainda maior que o “campo gravitacional(“Mais simetriasignifica menos estrutura”).

A “teoria da gravidade” (‘relatividade geral’) afirma que o espaçotempo é como massa de modelar. A teoria Vasiliev diz que ele é ainda mais modelável…possuindo muito pouca estrutura, o que permite realizar até funções mais básicas, como definir relações de causa  e efeito consistentes – ou, manter objetos distantes isolados uns dos outros. — Em outras palavras a teoria é ainda mais não-linear que a ‘relatividade geral’. A matéria e geometria do espaçotempo estão tão completamente emaranhadasque se torna impossível separá-las, e a imagem padrão da matéria residindo no espaçotempo se torna “indefensável”.

No Cosmo primordial, onde a teoria Vasiliev dominava, o Universo era uma bola amorfa.  Quando as simetrias de spin mais alto se quebraram – ou…quando os ‘harmônicos’ mais altos das ‘cordas quânticas’ deixaram de funcionar, o “espaçotempo” surgiu, em toda sua completude. Talvez por isso não surpreenda que tal teoria seja tão complicada. Qualquer explicação da natureza do espaço e do tempo deve ser surpreendente…Mas, se por acaso, algum dia a acharem…com o passar do tempo a darão a seus alunos como “lição de casa”.

(texto base) Abril/2012 original: ‘Where Do Space and Time Come From?’  *********************************************************************

Holograma cósmico – será o Universouma projeção do futuro? (jan/2013)    Andrew Strominger (‘Harvard University’) cerca de 10 anos atrás, teve uma ideia bizarra. Ele imaginou nosso universo como uma imagem projetada para trás no tempo a partir de um holograma localizado na…’fronteira cósmica‘…de um futuro infinito. Conforme    a imagem se projeta ao passadoela se desvanece tornando-se granulada e indefinida, esmaecendo-se…até desaparecer. – É uma noção estranha, mas ultimamente tem ganho cada vez mais credibilidade, em especial no âmbito da matemática da teoria das cordas. Se estiver correta a ideia pode ajudar a explicar como o Universo e o tempo cosmológico, surgiram do nada; bem como auxiliar na busca pela unificaçãoda“mecânica quântica” com a…”relatividade geral” — para a elaboração de uma teoria da…”gravidade quântica”.

Mas esta não seria a primeira vez na física que se entende o inimaginável como realidade. As raízes das ideias de Strominger – sobre um ‘universo projetado’ datam da década de 1970, quando os físicos Stephen Hawking, e Jacob Bekenstein calcularam, que  o conteúdo de toda ‘informação‘ de um BN (matematicamente descrito por sua entropia)é proporcional à sua área superficial. O inesperado é que a maioria das pessoas esperava, que a relação fosse com seu volume.

Sua descoberta foi denominada de “princípio holográfico“…por                              mostrar que a informação sobre um buraco negro tridimensional é                            codificada em sua superfície bidimensional, como um “holograma“.

Então em 1996 Strominger e seu colega Cumrun Vafa derivaram uma precisa descrição estatística da entropia de um BN em termos dos “estados de energia” microscópicos na superfície do ‘buraco negro’…Ou seja, fizeram uma conexão com as equações da ‘Teoria Quântica de Campos’; normalmente usadas para descrever partículas. Eles perceberam      assim…que equações empregadas na descrição das propriedades do buraco negro eram semelhantes às empregadas na… TQC para descrever um sistema de partículas em      um universo…’sem gravidade’. Um ano depoisJuan Maldacena, do “Instituto de Estudos Avançados”…Princeton/EUA descobriu uma equivalência matemática entre    dois tipos de universos o primeiro universo contém partículas que obedecem à TQC,      mas não contém gravidade; o outro obedece à “teoria das Cordas” – possui gravidade,        e um tipo especial de geometria do espaço-tempo negativamente curvada (“universo anti-de Sitter“) exatamente como o que se acredita existir dentro de buracos negros.

Isto pode parecer um monte de matemática obscura, mas teve enorme impacto na física teórica. Quando físicos ficam travados em equações muito difíceis de resolver, podem    se transferir para o “universo espelho”…onde a matemática é muitas vezes mais fácil…e terminar seus cálculos lá, antes de retornar com suas respostas ao Universo…”positivo”.

O “Universo Projetado”/Uma “estranha gravidade”                                                      “Tem sido muito frustrante tentar entender o espaço de Sitter no âmbito                              da ‘teoria das cordas’… – Eu simplesmente não tive êxito… Mas, mesmo                            quando você está tentando e não consegue… – sempre aprende-se algo.”

Aconjectura de Maldacena, relacionando  2 Universos, tem sido um incrível sucesso matemático‘. Segundo Stromingersendo compreendida em um extraordinário nível de detalhamento — seu preciso enunciado, segue o consenso geral — de existir provas suficientes, para garantir sua legitimidade.  Porémno geral o Universo que vemos não é negativamente curvado o que traz, como consequêncialimites às aplicações    de uma“correspondência de Maldacena”.

Com efeito, no final de 1990 descobriu-se, ao contrário, que a expansão do Universo está se acelerando; algo atribuído a algum tipo de “energia escura” – que o empurra para fora, no sentido oposto à ‘gravidade’. – Um cosmos no qual esta energia escura é protagonista, chama-se “Universo de Sitter”… Nele, busca-se agora um “princípio de correspondência” similar ao de Maldacena. Enquanto isso, em seu esforço de conjugar o espaço De Sitter à “teoria das cordas”, Strominger aprendeu uma teoria pouco conhecida…mas, no caso, de muito interesse…criada pelo físico Misha Vasiliev…que descreve partículas interagindo entre si. Embora relacionada à teoria das cordas, ela inclui, em seu esboço teórico, uma série de novas…’partículas sem massa’…de propriedades incomuns nunca vistas antes.

Holograma do futuro infinito                                                                                                  “Todo o mundo acha a gravidade de Vasiliev uma teoria estranha.                                    Apesar disso, parece matematicamente autoconsistente…e, de muitas                               formas, bem mais simples de se analisar, do que a teoria das cordas”.

Utilizando o modelo de Vasiliev para a gravidade, Strominger aplicou a correspondência de Maldacena do espaço anti-de Sitter, ao espaço de Sitter. Este é o primeiro exemplo de como um universo fisicamente semelhante ao nosso…pode ser entendido em termos das informações numa superfície limítrofeholograficamente projetada para trás no tempo.  Como diz Strominger: “Estamos muito longe de poder afirmar que é assim que as coisas funcionam no nosso próprio universo…mas é um pequeno passo na direção correta. Isto faz as pessoas se interessarem pela ideia e quererem dar o próximo passo”. – Maldacena concorda que o trabalho é muito interessante…por ser o 1º exemplo da correspondência com curvatura positivase relacionando mais diretamente ao universo em que vivemos.

Ainda estamos longe de qualquer tipo de teste observacional que nos possa responder se este universo é… de fato, uma “projeção holográfica” do futuro, ideia que até agora, só se demonstrou valida dentro deste exótico modelo de universo de Vasiliev…Mas, mesmo assim, Strominger argumenta que: “Elaboramos as perguntas mais difíceis que podemos conceber. Leva muito tempo para entender qual é a pergunta é preciso um tempo para entender a resposta – e leva um tempo ainda maior… – para poder testá-la.” (texto base**********************************************************************************

Vivemos em um Universo Holográfico? (ago/2014)                                                              Um experimento chamado Holômetro, começou a coletar dados que poderão responder a algumas perguntas sobre o nosso Universo – incluindo… se vivemos em um “holograma”.

holometro-2.jpg

Vista de cima do Holômetro, que está procurando pelo “ruído holográfico” do espaço-tempo, testando se o Universo é um holograma 2-D. [Imagem: Fermilab]

Da mesma forma que personagens em um ‘programa de televisão’ não teriam como saber que o seu aparente mundo 3-D só existe em uma tela 2-D…alguns físicos acreditam, que nós poderíamos não ter noção de que nosso espaço 3-D é apenas umailusão. – A informação sobre tudo em nosso Universo poderia estar codificada em ‘pequenos pacotes’ em apenas duas “dimensões espaciais”.  Para saber se tudo isto é certo (ou não) construiu-se um aparelho (‘holômetro’)  ultrassensível para medir movimentos.

Chegue perto o suficiente da tela da TV e você verá os pixels, pequenos pontos de dados que geram uma… “imagem perfeita” conforme nos afastamos. Os cientistas acreditam que informações do Universo podem estar contidas do mesmo modo – e que o tamanho  do pixel natural do espaço (‘átomo de espaço‘) é cerca de 10 trilhões de trilhões de vezes menor do que um átomo…uma distância que os físicos denominaram “escala de Planck”.  Craig Hogandiretor do Fermilab – nos EUA, e criador da “teoria do ruído holográfico”, explica que: “Nós queremos descobrir se o espaço-tempo é um sistema quântico do tipo material. Se encontrarmos alguma evidência sobre isso, as ideias sobre o espaço com as quais estamos acostumados há milhares de anos, mudarão completamente. Se o espaço      for mesmo formado por bits2-D, contendo informações sobre a localização precisa dos objetos…então estaria sujeito ao mesmoPrincípio da Incerteza‘…da mecânica quântica”.

Seria de se esperar a presença desse “ruído holográfico” em todas as frequências, mas o maior desafio dos cientistas…é não serem enganados por outras fontes de vibrações…O ‘Holômetro’ está testando uma frequência tão alta (milhões de ciclos por segundo), que movimentos da matéria normal não causam problemas…O ruído de fundo dominante é mais frequente devido a ondas de rádio, emitidas pelos aparelhos eletrônicos próximos. Apesar de toda dificuldade – o aparelho foi projetado para identificar e eliminar ruídos      de qualquer fonte conhecida. Se restar um ruído impossível de se livrar, podemos estar detetando algo fundamental sobre a natureza; intrínseco ao espaço-tempo. (texto base*********************************************************************************

“Holômetro” (o resultado)                                                                                                                O Holômetro continuou coletando dados até o final de 2015, quando então os físicos teriam uma palavra final sobre se o espaço é realmente…”granulado”…por “átomos”.

E a equipe de pesquisadores do “Fermilab” finalizou o experimento, que poderia dizer se a ‘teoria do universo holográfico‘ é verídica ou não. Se o princípio holográfico fosse verdadeiro…o universo só teria duas dimensões … e a 3ª dimensão – seria uma ilusão (‘temporal’)… É uma ideia difícil de ser comprovada todavia Craig Hogan finalmente havia encontrado uma solução.

Seu argumento era que, sendo o Universo um holograma ‘bidimensional’ então deveria emergir um ‘ruído holográfico‘,                  ao nele se medir direções – de frente… para trás – de cima… para baixo – e, da                  esquerda, para direita. Do mesmo modo que a matéria continua a oscilar como              ‘ondas quânticas’, mesmo quando resfriada perto do zero absoluto, este espaço        pixelado teria vibrações intrínsecas até em seu estado mais baixo de energia. 

O “Holômetro” – ou interferômetro holográfico, é o dispositivo mais sensível já criado        para tentar medir uma eventual oscilação quântica do próprio espaço, ou dos grãos de espaço. Operando na potência máxima, emprega um par de interferômetros colocados perto um do outro, com cada qual emitindo feixes de laser de 1 quilowatt, e um divisor, com 2 braços perpendiculares de 40 ms de comprimento…e alto vácuo em seu interior.

A luz é então refletida de volta para o divisor de feixes, onde os dois feixes se recombinam. – Qualquer movimento provocaria flutuações nesse feixe recombinado. Dessa forma, os físicos analisariam essas flutuações na luz de retorno – para ver se o divisor de feixe estaria se movendo. – Em caso positivo, ele seria deslocado por uma “instabilidade”do próprio espaço.

Usando então o ‘Holômetro’, que é essencialmente um interferômetro – sistema de lasers e espelhos, fez-se uma medição onde os lasers foram apontados…para direções diferentes. Se o universo fosse um holograma, os lasers deveriam “sacudir” ligeiramente… Como não foi detetado esse fenômeno…Hogan declarou que o principio holográfico é falso. – Porém, nem todos teóricos concordam com esse resultado; muitos acreditam que o principio não implica na existência de ruídos. texto base (dez/2015) # “Holografia Quântica” (jul/2016)  ******************************(texto complementar)*********************************

A matemática mostra o Universo emergindocomo um holograma (fev/2019)    Os físicos criaram um modelo holográfico do “espaço de Sitter”, termo para um universo como o nosso… – que poderia nos dar novas pistas sobre a origem do espaço e do tempo.

universe-expanding-1

‘Espaço de Sitter’ (dS) de curvatura positiva, similar à superfície ilimitada de uma esfera em expansão.

O tecido do espaço-tempo é amplamente aceito pelos físicos como emergente, costurado    a partir de fios quânticos, de acordo com um padrão desconhecido…Pode ser estudado a partir de um modelo teórico conhecido como “universo em garrafa”. – Embora seja um universo de brinquedo intrigante, se refere ao holograma de um espaço oposto ao nosso.

Espaço de Sitter (dS) x anti-de Sitter (AdS)                                                              O…“universo interior”…projeta-se a partir do sistema de                                                      fronteiras de dimensões inferiores, como um holograma.

Por 22 anos, os cientistas utilizaram principalmente um modelo de como tal espaço-tempo emergente pode funcionar: o “Universo numa garrafa”, criado por Juan Maldacena…Nesse modelo, o espaçotempo que preenche a região dentro do “recipiente” [um contínuo, que se dobra e ondula (tipo BN)…produzindo a chamada ‘força da gravidade’] é formado por uma rede de partículas quânticas, que vivem na superfície rígida e livre de gravidade da garrafa.

Esse ‘holograma’ forneceu um exemplo prático de uma teoria quântica da gravidade, mas não significa que seja assim que o espaço-tempo e a gravidade emergem em nosso universo real. O interior da garrafa é um espaço dinâmico, tipo “Anti-de Sitter” (AdS), negativamente curvado como uma sela. As curvas tendem à vertical ao nos afastarmos       do centro…dando a esse espaço, o seu próprio limite externo… — uma superfície onde partículas quânticas interagindo podem criar um universo holográfico em seu interior. 

Correspondência ‘Ads/CFT’     

Desde 1997, quando Maldacena descobriu a ‘correspondência AdS / CFT‘:                        uma dualidade entre o “espaço AdS” – e uma “teoria de campo conforme”,                    descrevendo interações quânticas na fronteira desse espaço (subconjunto                          das teorias quânticas de campo), físicos buscaram uma descrição análoga                            de regiões espaço-temporais (não engarrafadas) como nosso Universo dS,                        cujo único limite é o… ‘futuro infinito’. Todavia – a dificuldade conceitual                            de projetar um holograma…a partir de partículas quânticas que vivem no                      futuro infinito…há muito tempo frustra todos os esforços, para descrever holograficamente…um espaço-tempo real. – Contudo… recentemente… 3                          físicos (Xi Dong, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA),                          Eva Silverstein…da Universidade de Stanford (EUA)…e Gonzalo Torroba,                            de Bariloche, Argentina) caminharam em direção a um “holograma dS“. 

Assim como a correspondência AdS/CFT, a deles também é apenas um                              modelo teórico, mas alguns dos princípios de sua construção podem se                          estender, sem embargo, a hologramas espaço-temporais mais realistas.  

espaco-tempo-holograma

Um esboço de Xi Dong do procedimento de corte, deformação e colagem que ele e seus colegas usaram para construir um holograma de um universo de Sitter.

Correspondência ‘dS/dS’                      “Há evidências tentadoras, de que tal        novo modelo é uma ‘peça importante’        a uma ‘gravidade quântica’ de Sitter”.

Os cientistas construíram um ‘holograma do espaço dS‘, utilizando 2 universos AdS, cortando-os… distorcendo-os… e colando suas fronteiras. O corte é necessário, para lidar com um problema de infinito: o fato do limite espacial AdS…ser infinitamente distante de seu centro… — Eles tornaram este espaço AdS finito…cortando a região do ‘espaço-tempo’ – no truque conhecido como… “modelo Randall-Sundrum”.

Em seguida, adicionaram ingredientes da teoria das cordas para energizar as fronteiras, dando-lhes uma curvatura positiva. Esse procedimento… chamado “elevação”, transformou os dois espaços AdS em forma de sela, em espaços dS                    em forma de tigela. – Por fim, “colaram” as 2 tigelas ao longo de suas bordas. 

As CFTs descrevendo ambos os hemisférios se tornam acopladas – formando um único sistema quântico holograficamente dual para todo o espaço esférico de Sitter. O espaço-tempo resultante não tem limite, mas por construção, vale para as 2 CFTs. Esse espaço ainda é aproximado por um CFT, que vive em seu limite; mas o limite está agora a uma distância finita de distância. Como o equador do espaço de Sitter onde os 2 CFTs estão,    é…em si, um espaço de Sitter, a construção é chamada…uma “correspondência dS/dS”.

Entropia de entrelaçamento

Silverstein propôs talideia básicaem 2004, mas novas ferramentas teóricas permitiram estudar em detalhe o “holograma dS/dS“, em importantes verificações de consistência. Numartigo recente… eles calcularam que a “entropia de entrelaçamento” (…informação armazenada em CFTs acopladas), equivale à de uma região esférica do “espaço de Sitter”.

Agora, o desenvolvimento do “holograma de Sitter” está sendo feito, usando ferramentas da ciência da computação. – Os cientistas já sabem que a correspondência AdS/CFT, por exemplo, funciona exatamente como um… “código quântico de correção de erros”, um esquema para codificar informações de forma segura, num agitado sistema quântico.    A correção quântica de erros pode ser a forma como o tecido emergente do espaçotempo alcança sua robustez – apesar de ser construído a partir de ‘frágeis‘ partículas quânticas.    E Sobre isso, Dong…que participou do descobrimento da conexão ‘AdS/CFT’, comentou:

“Acredito que a holografia de Sitter também funcione como um código quântico de correção de erros…e eu gostaria muito de entender como”.      Há pouca esperança de ‘evidências experimentais’ verificando se essa      nova perspectiva do espaço-tempo De Sitter está correta… mas, para      Dong…“teremos uma intuição, se as peças começarem a se encaixar”.

Patrick Hayden, físico teórico e cientista da computação em Stanford, que estuda a correspondência ‘AdS/CFT’ e sua relação com a “correção quântica de erros”, disse              que ele e outros pesquisadores estão analisando o modelo dS/dS. – Disse também          que ainda é cedo para saber se os insights sobre como o espaço-tempo é produzido,              e como a gravidade quântica funciona no “espaço AdS”, serão transferidos para um modelo de Sitter…E concluiu…“Mas há um caminho… algo a ser feito… – Podemos formular questões matemáticas concretas…E, acho que muita coisa ainda vai rolar,          nos próximos anos”. (hypescience)##(Universo Racionalista)##[QuantaMagazine]    ******************************************************************************

Buracos negros podem ser hologramas?                                                                            No buraco negro, toda informação se acumularia numa superfície                      bidimensionalcapaz de reproduzir uma imagem tridimensional.

Como são realmente “buracos negros”? Esféricos, lisos e simples – conforme a Relatividade… — ou…absurdamente complexose repletos de informações, como dizia Stephen Hawking – guiado pela Física Quântica?…Atualmente, a melhor resposta, é que não existe uma resposta únicasobre como descrever esses misteriosos…”objetos cósmicos”. Mas agora Francesco Benini e Paolo Milan, do “laboratório SISSA” … Itália, dão mais força à ideia de que “buracos negros” são apenas “hologramas” (2d).

O, um tanto contra-intuitivo…Princípio Holográfico, propõe que o comportamento da gravidade, numa determinada região do espaço, possa ser alternativamente descrito em termos de um sistema diferente, que existe apenas ao longo da borda daquela região, e portanto, com uma dimensão a menos. E, o mais importante nesta descrição alternativa (chamada holográfica), é que a gravidade não aparece explicitamente. Noutras palavras,    o princípio holográfico nos permite descrever a gravidade, usando uma linguagem que não contém gravidade, evitando dessa forma…qualquer atrito com a mecânica quântica.  Assim, o que Benini e Milan de fato fizeram foi “aplicar a teoria do princípio holográfico aos buracos negros”…E desta forma, suas misteriosas ‘propriedades termodinâmicas’ se tornaram mais compreensíveis. – Prevendo para tais corpos uma grande entropiae os observando em termos de mecânica quânticasomos capazes de descrevê-los como um holograma – onde em 2 dimensões – um objeto 3d é representado … livre da gravidade.

Pode parece estranho retirar a gravidade da explicação dos buracos negros, justamente      a força que tem sido a grande artífice de suas tradicionais descrições até hoje mas a matemática funcionou, e a equipe está até mesmo pensando em testar sua teoria, o que esperam fazer envolvendo ondas gravitacionais e as gigantescas fusões que as originam. Assim, quem sabeem um futuro mais próximo do que se imagina, seja possível testar previsões teóricas sobre a…”gravidade quântica”…por meio de observações o que, do ponto de vista científico, seria algo absolutamente excepcional. (texto base) (jun/2020)                                                                                       

Sobre Cesar Pinheiro

Em 1968, estudando no colégio estadual Amaro Cavalcanti, RJ, participei de uma passeata "circular" no Largo do Machado - sendo por isso amigavelmente convidado a me retirar ao final do ano, reprovado em todas as matérias - a identificação não foi difícil, por ser o único manifestante com uma bota de gesso (pouco dias antes, havia quebrado o pé uma quadra de futebol do Aterro). Daí, concluí o ginásio e científico no colégio Zaccaria (Catete), época em que me interessei pelas coisas do céu, nas muitas viagens de férias ao interior de Friburgo/RJ (onde só se chegava de jeep). Muito influenciado por meu tio (astrônomo/filósofo amador) entrei em 1973 na Astronomia da UFRJ, onde fiquei até 1979, completando todo currículo, sem contudo obter sucesso no projeto de graduação. Com a corda no pescoço, sem emprego ou estágio, me vi pressionado a uma mudança radical, e o primeiro concurso que me apareceu (Receita Federal) é o caminho protocolar que venho seguindo desde então.
Esse post foi publicado em cosmologia, física e marcado , , . Guardar link permanente.

2 respostas para “Princípio Cosmolográfico” (uma percepção multidimensional)

Deixe um comentário