Alienação (humana) nas “categorias teleológicas”

“Os homens se ‘auto-criaram’ através do trabalho, mas sua                                                  história até hoje, foi apenas a pré-história da humanidade”.

É falsa a ideia de que Marx subestimava a importância da consciência, em relação ao ser material… – Na realidade, esse modo de ver é equivocado…Marx entendia a consciência como um produto tardio do desenvolvimento do ser. – Aquela impressão equivocada só pode surgir ao se interpretar tal fato por um idealismo tipo platônico. Em uma ‘filosofia evolutiva’… ao contrário – o “produto tardio” – jamais possui mero…”valor ontológico”.

Quando se diz que a “consciência” reflete a realidade, e sobre essa base, torna possível intervir nessa realidade… para modificá-la, quer-se dizer que: a consciência tem poder  plenamente consolidado no “plano do ser”. A essência do trabalho consiste em ir além da ‘competição biológica’ dos homens com seu ‘meio ambiente‘… Sua consolidação se realiza – não pela fabricação de ‘produtos’, mas pelo papel da “consciência”, ao deixar de ser um mero “acessório” de reprodução biológica. – Pelas palavras de Karl Marx:

“O ‘produto‘ é um resultado, que no início do processo já                        existia (de modo ideal) na representação do trabalhador”.

Talvez surpreenda o fato, de que…exatamente na delimitação materialista…entre o ser      da natureza orgânica e o ser social…seja atribuído à consciência um papel tão decisivo. Porém, não se deve esquecer que ‘problemas complexos’ aqui emergentes (liberdade e necessidade, como exemplos) só adquirem verdadeiro sentido, quando se atribui – na “perspectiva ontológica do ser“… — um significado ativo à sua… “consciência“.

Com justa razão se pode designar o homem que trabalha…como um ser que dá respostas. Com efeito … é inegável que toda ‘atividade laborativa’ surja como solução de respostas à necessidade que a provoca, todavia o núcleo da questão se perderia caso se tomasse aqui como pressuposto uma relação imediata. Ao contrário, o homem torna-se um ser que dá respostas, precisamente na medida em que…paralelamente ao desenvolvimento social, e em proporção crescente – ele generaliza… transformando em perguntas … suas próprias possibilidades de satisfazê-las; e…pela resposta, funda e enriquece sua própria atividade.

Não apenas a resposta, mas também a pergunta…ser produto imediato da                    consciência que guia a atividade não anula o fato de que, ontologicamente,                          o ato de responder seja o ‘elemento primário’nesse “complexo dinâmico”. 

homemA doutrina teleológica do“trabalho”

Com o trabalho, dá-se – ontologicamente,                uma “possibilidade humana evolutiva”ao                ser modificada uma adaptação natural  meramente … “reativa”… do processo de reprodução do mundo – transformando-se          então, de modo ativo e consciente, em uma        nova ordem — fabricada com base em uma            ética plenamente vinculada ao…”ser social”.

O ‘trabalho‘ é resultado de ‘posições teleológicas‘ que põem em atividade “séries causais”. – Ao contrário da ‘causalidade espontânea‘…na qual todos movimentos, de  todas as formas do ser, encontram sua expressão geral, a teleologia é uma forma de conscientizar, que orienta certa direção às ‘séries causais‘. As filosofias clássicas, não reconhecendo a “posição teleológica” como uma particularidade do ser social – eram obrigadas a inventar…de um lado, um sujeito transcendente, de outro, um predicado especial, onde as correlações atuavam teleologicamente…a fim de atribuir à natureza          e à sociedade…”tendências efêmeras”…de um desenvolvimento como “objetivo final”.  Mas, uma “duplicidade” aqui se apresenta… numa sociedade tornada social, a maior      parte das atividades cujo conjunto põe a totalidade em movimento, é certamente, de origem teleológica – mas a sua existência real, e não importa se permaneceu isolada,      ou…se foi inserida num contexto – é feita de…”conexões causais” – que jamais – em qualquer sentido – podem ser de… “caráter teleológico”… – Toda a “praxis social“, considerando o trabalho como seu modelo, contém em si esse caráter contraditório. 

Por um lado, a praxis é uma decisão entre alternativas, já que todo indivíduo singular, sempre deve decidir se faz algo, ou não. – Assim, todo ‘ato social’ surge de uma decisão    entre alternativas acerca de “posições teleológicas futuras”. – A ‘necessidade social’,  por sua vez…só se pode afirmar-se pela pressão (frequentemente anônima) que exerce sobre indivíduos – a fim de que suas decisões tenham certa orientação. Segundo Marx:

“Os homens são impelidos, pelas circunstâncias, a agir de determinado modo…’sob        pena de se arruinarem’. – Eles devem, em última análise, realizar…por si próprios,          suas ações… – ainda que… – frequentemente… atuem contra sua própria vontade”.  

Sobre categorias (de valor e trabalho)                                                                                          A ‘alienação‘ em Marx é entendida como a relação contraditória do trabalhador com o produto de seu trabalho e com o ato de produção (processo de objetivação), que o torna estranho a si mesmo aos outros e ao ambiente em que vive.  (João Carlos da Silva)

Marx.Na natureza inorgânica‘, mudanças de um modo de  ser para outro, não têm a ver com seus ‘auto-valores’. Porém, na ‘natureza orgânica’como o “processo de reprodução” ontologicamente representa adaptação    ao ambiente…se pode falar de êxito/fracasso…mas essa dualidade se limita a um…ser-de-outro-modo“. Todavia…ao lidarmos com trabalho…distingue-se nitidamente entre o ‘ser-em-sidos objetos, e seu caráter ‘mercadológico’ … obtido cognoscitivamente.

No “trabalho coletivo”…então, o produto torna-se realmente ‘propriedade objetiva’, em virtude da qual, pode (“livremente”) desempenhar suas “funções sociais”. É portanto, a “objetivação real” do produto do trabalho coletivo…que dá a oportunidade de surgirem “autovalores”. E o fato de, em níveis sociais mais altos, estes valores assumirem formas mais elevadas, não elimina o significado básico…circunscrito à sua “gênese ontológica”.

Se, agora… — partirmos do sujeito — que dirige um olhar… sobre o “processo global” do trabalho, vemos que ele realiza sua posição teleológica de modo consciente… – mas sem jamais estar em condições de perceber todas as consequências, de sua própria atividade.

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É óbvio que isso não impede que os homens atuem… De fato, existem inúmeras situações nas quais, sob pena de se arruinar, é absolutamente necessário que o homem aja, embora tenha consciência de não poder conhecer, senão uma parte ínfima das circunstâncias… E, no próprio trabalho, o homem muitas vezes sabe que pode dominar apenas uma pequena faixa de elementos circunstantes; mas sabe também…já que a necessidade urge – que até nessas condições, o trabalho promete satisfazê-lo, em tudo aquilo que é capaz de realizar.

A dialética do trabalho                                                                                                                O trabalho é um ato de… ‘conscientização’… – que pressupõe um conhecimento            concreto, ainda que jamais perfeito, de certas finalidades e determinados meios.

Desta natureza necessária do trabalho surgem 2 consequências primordiais. Em primeiro lugar, a ‘dialética interna’ de um constante ‘aperfeiçoamento interno’…que se expressa no fato de – enquanto o trabalho é realizado, cresce continuamente a faixa de determinações que se tornam cognoscíveis e assim, este trabalho se aperfeiçoa, incluindo campos cada  vez maiores e diversos… subindo de nível… – tanto em extensão… quanto em intensidade.  Entretanto… na medida em que tal processo de aperfeiçoamento não consegue eliminar o “fundo de incognoscibilidade” … do “conjunto das circunstâncias” – paralelamente ao seu crescimento – esse ‘modo de ser’ desperta a sensação de uma… “realidade transcendente”,  cujos ‘poderes misteriosos‘…o homem tenta, de algum modo, utilizar em proveito próprio.

Talvez a mais importante dessas diferenciações seja a tipificação crescente de atividades preparatórias, que no próprio trabalho concreto tem lugar entre o conhecimento…e suas finalidades e meios. A matemática, a geometria, física…e química, eram originariamente partes desse processo preparatório do trabalho, e aos poucos cresceram, até se tornarem campos autônomos do saber, sem perderem totalmente sua respectiva função originária.

Quanto mais universais e autônomas elas se tornam, mais universal e                              perfeito, por sua vez, torna-se o trabalho. – Quanto mais crescem e se                                intensificam… maior se torna a “influência” dos conhecimentos assim                                obtidos…sobre as finalidades do trabalho…e seus meios de efetivação.

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Karl Marx

A “sociedade global”

O ‘processo global‘ da sociedade é um ‘processo causal‘…normativo…porém, jamais é ‘objetivamente dirigido’ para realizar ‘finalidades’…Mesmo quando alguns grupos, conseguem realizá-las, seus resultados costumam produzir –  algo totalmente diverso do ‘esperado’.  Essa discrepância…entre as “posições teleológicas”, e seus efeitos colaterais, cresce com a… “globalização“… e, o incremento da ‘participação humana’.

Naturalmente, esse sentido contraditório também deve ser visto, quando                        determinados eventos econômicos globaiscomo a grande crise de 1929,                            apresentaram-se sob a aparência de…’irreversíveis catástrofes naturais’.

Mas a história mostra que, justo nas reviravoltas mais significativas, o “fator subjetivo” foi de suma importância. É certo que a diferença entre finalidade e seus efeitos aí se expressa, como preponderância de elementos e tendências materiais, no processo de reprodução da sociedade, porém isso não significa que tal processo, necessariamente, consiga afirmar-se sem qualquer tipo de resistência. Esse fatoradvindo da reação humana a tais tendências de movimento, conserva-se em muitos campos como um determinante ‘fator de mudança’.

O predomínio econômico do mercado mundial…que hoje em dia se afirma cada vez mais forte, mostra que a humanidade já se unificou; pelo menos no sentido ‘econômico global’. É verdade que tal unificação existe apenas como ativação de princípios econômicos reais de unidade, ao se realizar de fato apenas num mundo onde essa integração é dominante.  Mas…em todo caso…estamos diante de tendências decisivas da…transformação – tanto externa quanto interna… do “ser social” – através das quais este chega à forma que lhe é      própria; ou seja – o homem deixa a condição de…’ser natural’… – para tornar-se ‘pessoa humana’ … transformando-se de uma espécie animal… – que alcançou um certo grau de desenvolvimento…relativamente elevado – em um ‘gênero humano’ – em ‘humanidade’.

Tudo isso é produto das ‘séries causais’ que surgem no conjunto da sociedade. O processo em si não tem uma finalidade… – sua evolução é no sentido de níveis superiores, por isso, contém a ativação de contradições de tipo cada vez mais elevado…mais fundamental. – O progresso é decerto, uma síntese das atividades humanas… – mas não o aperfeiçoamento no sentido de uma finalidade qualquer. – Por isso…esse desenvolvimento continuamente destrói os resultados primitivos, que… – embora belos… são ‘economicamente limitados’.

Por isso, o progresso econômico objetivo, aparece                                                 sempre… – sob a forma de novos conflitos sociais.

É assim que da comunidade primitiva humana, surgem antinomias aparentemente insolúveis – as…”oposições de classe”; de modo que até mesmo as piores formas de inumanidade são o resultado desse progresso. No início, o escravagismo constituiu      certo progresso em relação ao canibalismoHoje, a generalização da alienação dos homens é um sintoma de que o desenvolvimento econômico está para revolucionar              a relação do homem…com o trabalho… – Como assim supõe o argumento de Marx:           “Os homens fazem sua história — mas… não em circunstâncias por eles escolhidas”.

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pawel kuczynski – “necessidade/liberdade”

Isso significa o mesmo do que antes foi formulado como… – “o homem é um ser… que dá respostas”. Expressa a unidade contida no ‘ser social‘…de um modo ‘contraditoriamente indissolúvel‘… – entre liberdade e necessidade, operando o trabalho, através de… “decisões teleológicas“… envoltas em “premissas“…e “relações causais“…numa unidade que se reproduz… ‘continuamente‘… sob formas sempre novas, cada vez mais complexas e mediatizadas em todos níveis “sócio-pessoais” da atividade humana. – Por isso… Marx considera o período inicial da autêntica história humana: um ‘reino da liberdade‘… – o qual…só pode florescer sobre a base do “reino da necessidade“… (ou seja, da forçosa reprodução econômico-social das tendências pragmáticas do progresso). 

Liberdade x Necessidade                                                                                                            “O tipo especial de razoabilidade do reino da liberdade jamais eliminará                                  o… fundamental propósito – desempenhado pelo reino da necessidade”.

Precisamente essa ligação do “reino circunstancial da liberdade”…com o ‘reino econômico da necessidade’, mostra como o gênero humano seria o resultado de sua própria atividade. A liberdade, bem como sua possibilidade, não é algo dado por natureza, não é um dom do “alto”…e nem sequer uma parte integrante – de origem misteriosa…do ser humano. É o produto da própria atividade humana, que decerto, sempre atinge concretamente alguma coisa diferente daquilo que se propusera, mas que nas suas consequências, objetivamente e de um modo contínuo, dilata o espaço…dentro do qual… – a liberdade se torna possível.

E, tal dilatação ocorre, de modo direto, no processo de desenvolvimento econômico, no qual, por um lado, acresce-se o número e alcance das decisões humanas alternativas…e por outro, eleva-se a capacidade humana, na medida em que se elevam as tarefas, fruto    de sua própria atividade. – E tudo isso, naturalmente, ainda no…’reino da necessidade’.

Marx define o “reino da liberdade” como um “desenvolvimento de energia humana que é fim em si mesmo”portanto, como algo que… – tanto ao indivíduo…quanto à sociedade, possui conteúdo suficiente para então transformar-se em uma ‘finalidade autônoma’… É claro que tal adequação, pressupõe um nível do “reino da necessidade”… do qual – ainda estamos muito longe…Só com o trabalho efetivamente dominado pela “raça humana“, e portanto, com a possibilidade de ser, não apenas meio de vida, mas sua “1ª necessidade”,   e a humanidade tiver superado qualquer caráter coercitivo — em sua trajetória evolutiva de “auto(re)produção”…que essa tal de…”liberdade” – será então… plenamente possível.

Desse modo, terá sido aberto o caminho social da ‘atividade humana’… como fim autônomo, ou seja, criadas as condições materiais necessárias … e um ‘campo de possibilidades’ para o ‘livre emprego’ do produto da atividade humana… fruto do desenvolvimento necessário, bem como, resultado da utilização correta … do que necessariamente for produzido – para o “bem-estar comum”…da “humanidade”.

A própria liberdade não pode ser apenas um produto necessário, de um desenvolvimento inevitável, ainda que todas premissas de sua explicitação encontrem aí suas possibilidades de existência. – É por isso que não estamos aqui…diante de uma utopia. A princípio, todas as suas efetivas possibilidades de realização…são produzidas por um ‘processo necessário‘. Não é casual portanto, que no trabalho – em seu…’estágio inicial’…seja dado tanto peso ao momento da liberdade na decisão entre alternativas…O homem adquire liberdade, apenas por seus próprios atos. Entretanto, isso só vai acontecer… se toda sua atividade já contiver também, intrínseco, um sentido indispensável de… “liberdade“. Georg Lukács (texto base************************************************************************************

A determinação ontológica das categoriasde Hegel a Marx (segundo Lukács)     Para Hegel o pensamento cria a realidade — como uma manifestação exterior à ideia.    Já para Marx a ‘realidade material’ cria o pensamento – e a dialética vai se processar,      em condições tanto históricas quanto sociais… pela realidade da existência humana

karl_marx-fraseA “crise pós-moderna“… que acomete diversas concepções filosóficas da ‘contemporaneidade’ resulta basicamente do abandono no interesse na elucidação das condições fundamentais em que a realidade social… tal qual um complexo de complexos, se vê envolvida. – Expressam a ideologia de um ‘tempo histórico‘, pautado no fim das utopias…e negação velada à revelação perspectiva da…essencialidade…das coisas.

Em certa medida pode-se afirmar que a concepção hegeliana…bem                                      como a marxista se constituem como tentativas modais de elucidar                                      as ‘contradições’… – que como um todo… – perpassam a realidade.

“Hegel concebeu a seu modo a ontologia como uma história; em contraste com a teoria religiosa, a de Hegel partia de baixo, do aspecto mais simples, e traçava uma história evolutiva necessária que chegava ao alto“…às objetivações mais complexas da cultura humana. Naturalmente, o acento caía sobre o ser social e seus produtos, bem como era característico de Hegel…o fato de que o homem aparecesse como criador de si mesmo”.

“A ontologia marxista afasta daquela de Hegel todo elemento lógico dedutivoe no plano da evolução histórica, todo elemento teleológico. Nesse modo materialista de ‘repor sobre os próprios pés’, o ponto de partida não é dado nem pelo átomo (como nos velhos gregos), nem pelo simples ser abstrato (como em Hegel). – Aqui…no plano ontológico…não existe nada análogo. Todo existente deve ser sempre objetivo – deve ser sempre parte (movente    e movida) de um complexo concreto. Isso conduz a 2 consequências fundamentais. Em 1º lugar, o ser em seu conjunto é visto como um processo histórico; em 2ºas categorias não são — enunciados sobre algo que é…ou que se torna — mas sim… formas moventes e movidas da própria matéria: formas do existir, determinações da existência”. (G. Lukács)

Marx (materialismo dialético) x Hegel (idealismo objetivo)

Tanto o ‘idealismo objetivo’ de Hegel… – quanto o ‘materialismo marxista’, partem do entendimento de que é necessário ultrapassar a percepção imediata da vida cotidiana,    que se manifesta de maneira bastante multifacetada e heterogênea, para se alcançar a essencialidade das coisas… – E, para isso, é fundamental superar, tanto o terreno das idiossincrasias que emanam de uma “percepção imediata” da realidade … quanto um conhecimento fragmentário… – resultante de uma…”representação caótica”…do todo.

Isso todavia não implica uma desconsideração pela vida cotidiana,              visto que esta se constitui no “celeiro” de onde emanam as questões decisivas … que envolvem toda a investigação científica e filosófica.

Embora a filosofia hegeliana se movimente sobre um terreno bastante movediço, consegue se desprender do processo de mistificação da realidade…ao observarmos que ela considera suas categorias, como que brotando de um desenvolvimento do ser social, ou seja, dotadas de certos ‘determinantes ontológicos‘. Por outro lado…pela ‘perspectiva lukacsiana’, a “ontologia marxista” se interessa em elucidar a gênese (‘evolução dialética’) do “ser social”, enquanto ‘ser’ que se constitui historicamente, e não um ‘ente’ brotando pronto e acabado.

A totalidade social, enquanto um complexo de múltiplas determinações, pressupõe um processo de isolamento…ou abstração…em que ‘determinação’ aparece como essencial elemento em todo esforço de apreensão da natureza constitutiva do Ser…E o ‘processo determinístico’ é uma ‘negação‘ na medida em que significa um “adentrar nas malhas mais profundas do Ser”… para de lá, exibir sua legítima constituição ‘mais singular’.

Por tudo isso…para que o ‘todo’ possa emergir como um aspecto concreto, e não uma mera aparição caótica, é preciso estabelecer a conexão com sua parte estudada. Essa perspectiva tem sua gênese na “filosofia hegeliana”… enquanto concepção que estabelece as bases para uma nova compreensão das…’questões ontológicas‘. – À proporção que as categorias se afirmam como dotadas de uma realidade essencialmente dinâmica, penetrada pela relação dialética entre unidade e multiplicidade, conteúdo e forma, aparência e essência … a partir daí…a substância não emerge como algo estático; mas um ‘ente‘…em essência…dinâmico.

As “categorias hegelianas”                                                                                                    ‘Categorias’ são produto das ‘relações sociais’ no desenvolvimento                                      fundamental dos meios de produção … e reprodução da realidade.

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Hegel

     Hegel, com seu idealismo lógico-             ontológico…foi um precursor no               campo do “pensamento prático”,             na medida em que concebeu… a               seu modo… a ‘ontologia’… como               uma história. Em contraste com               a ontologia religiosa, a de Hegel               partia de baixo… do seu aspecto               mais simples, para evoluir até o               “cume” – das objetivações mais               complexas da “cultura humana”.

Apesar de Aristóteles compreender a lógica como inteiramente independente do preceito pragmático da utilidade, ele considerava que a ciência (“metafísica“) só poderia florescer numa época em que um grupo de homens alcançasse… ‘quase todo o necessário‘, ou seja, as ciências…como a matemática, apenas puderam se desenvolver precocemente no Egito, porque ali a casta dos sacerdotes se encontrava ‘pronta’, em condições de ter tempo livre.

Contudo, entende Hegel que a “lógica” não é algo “extemporâneo” ao movimento que perpassa o tempo histórico. Mas, no estado em que se encontra apenas se reconhecem  nela ‘indícios’ do método científico. Portanto, para se vivificar mediante o espírito seu “esqueleto morto”, até dar-lhe substância e conteúdo… – seria necessário que, por seu próprio método, sua lógica fosse capaz de construir uma ‘ciência pura’. Desse modo, a perspectiva hegeliana corrobora uma articulação existente – entre o desenvolvimento    das ‘categorias ontológicas’ do conhecimento … e o próprio desenvolver da ‘realidade’.   

Naturalmente, o acento caía sobre o ‘ser social’ e seus produtos;              além se ser uma característica de seu pensamento … – o fato do            homem se apresentar…assim como… – o “criador” de si mesmo.

Nesse sentido… Hegel contesta o caráter histórico do afastamento do pensamento              em relação ao mundo, nos seguintes termos…Ele entende que é na ‘vida cotidiana’          que se aplicam as categorias lógicas/matemáticas…e que estas comparecem como abreviaturas da realidade…devido ao seu caráter de abrangência e universalidade.

E, estas categorias também servem como definições mais precisas de ‘relações objetivas’, em que, mesmo sem atribuir qualquer importância às suas influências individuais… – o conteúdo de verdade do pensamento aparece como totalmente dependente do existente. 

linguagem simbólicaA lógica da linguagem humana

Na verdade, a lógica não é uma coisa ‘distante do mundo’ – não é algo que paire… ‘no céu de uma subjetividade‘, destituída de qualquer sentido; basta observar o cotidiano – para perceber    que a “linguagem humana” presume (para si) … a sua própria “existência”.

A lógica, por exemplo… – está presente na maneira como os homens sentem – pensam…e desejam as coisas… – e pode-se dizer que também está presente na vida…proporcionando representações e finalidades. Por adentrar em todas relações e atividades naturais, de um modo abstrato, parece ser algo sobrenatural e distante da realidade… quando, na verdade, é tão somente uma “abstração universal“… – muito peculiar ao modo de ser da ciência.  A própria linguagem humana é perpassada por uma série de… expressões lógicas – que servem para apontar as conclusões do pensamento. Sem dúvida que tais expressões se inscrevem no âmbito das sensações que compõem a “linguagem cotidiana”…que se utiliza  de suas categorias, geralmente sem plena consciência de sua natureza. – Nesse aspecto…a “tradição marxista” possui certa semelhança… — pois suas categorias podem influenciar a sociedade antes mesmo de serem apropriadas conscientemente pelo homem. Diz Lukács:

“É próprio do processo efetivo da realidade mostrar que a                                                  consciência surge… após o desenvolvimento do ser social”.

“Fenomenologia do espírito”                                                                                                   O tratamento adequado da propriedade essencial das coisas presume o adentrar               no reino íntimo das categorias. É nesse espaço que é possível falar das essências;            porque o conceito destas… – somente pode surgir… – na “esfera do pensamento”.

Na Fenomenologia do espírito Hegel afirma que toda novidade apresenta-se inicialmente como abstrata (em-si), para depois explicitar-se gradualmente em formas mais concretas. Assim, o ser para-si somente é possível a partir do ser em-si, isto é…as formas superiores do ser passam pela mediação de suas formas mais simples… – Na ‘perspectiva hegeliana’,  a gênese processual da realidade, fornece a chave para a compreensão de todo ‘resultado’.

O mérito da Fenomenologia do espírito consiste em apontar que as categorias surgem na consciência humana, enquanto expressões do modo de ser da processualidade das coisas. Por isso que Hegel na sua “Ciência da lógica” trata das “determinações reflexivas”, numa seção denominada ‘fenomenologia’. Aí, tudo parece mover-se no terreno da ‘gnosiologia’, ao Hegel revelar uma razão vinda do entendimento… – a constituir-se em sua ‘realidade’.

Hegel - frasesPor não se restringir ao dualismo entre sujeito/objeto…muito menos à simples consideração finita e limitada do saber,        a “lógica hegeliana” vai além da “lógica transcendente” de Kant…superando as “idiossincrasias” das determinações de ‘finitude’ operadas pelo entendimento,        até enfim alcançar o “terreno racional”        da ‘infinitude‘, e adentrar na esfera do conceito — enquanto uma “articulação dialética” … entre finitude e infinitude.

Por exemplo, o ‘absoluto’ é um processo de síntese concreta de movimentos                   reais… – é identidade da identidade. – Ele não repousa numa ‘imobilidade transcendente’…indiferente ao movimento efetivo da realidade… – mas se                             constitui como “quintessência” das variações…que percorrem a realidade.

A interação dialética entre ‘entendimento’ e ‘razão’ … serve de prelúdio à compreensão hegeliana da realidade como uma totalidade dinâmica e contraditória. É por isso que o ‘idealismo hegeliano’ considera que a essência das coisas emana da evolução do sere, não…simplesmente dopensamento‘, como postula Kant. Sendo assim, para Hegel não       é possível afirmar as categorias como uma propriedade do sujeito, pois este não detém       a propriedade conceitual das coisas. O que o sujeito realiza pela mediação da ciência, é     tão somente descobrir uma lógica imanente nelas. O ‘conceito das coisas‘ surge de sua própria essencialidade, e não produto de uma subjetividade transcendental (kantiana)

O conceito de “Consciência”em Hegel                                                                            “Não podemos nos sobrepor ao objeto nem                                                                   tampouco ultrapassar a natureza das coisas”.

Na perspectiva hegeliana, a atividade do pensamento comparece como uma força movente que trama todas nossas representações…fins, interesses e ações; atuando como uma lógica natural inconsciente…O que nossa consciência tem diante de si é o conteúdo – objetos das representações, que preenchem nosso interesse… As determinações do pensamento valem como formas, que pertencem ao conteúdo. A atividade mais elevada da “ciência lógica“…é libertar as categorias da perspectiva fragmentada… meramente instintiva; ressaltando que o conhecimento em si constitui-se com um atributo fundamental da ‘realidade do espírito’.

dialética.jpgNesse contexto é que se podem compreender as categorias da ‘identidade’…e da ‘diferença’. Segundo Lukács estas expressões categoriais não são ‘construtos‘ do ‘sujeito cognoscente’, mas pertencem à própria “materialidade” da realidade, ou seja…o preceito da ‘identidade’ do sujeito não se funda na… lógica formal, mas em uma ‘objetividade’… – intrínseca ao “objeto material”, que se pretende conhecer.

A afirmação e negação da identidade…constituem-se como elementos imanentes à ordem do ser, não procedendo pois do sujeito do conhecimento. A identidade não emana de fora das coisas, mas da “processualidade” do mundo (interação das forças e ações recíprocas),  como uma ‘propriedade objetiva’. É a própria dinâmica do ser que indica um movimento de interação e oposição – ao afirmar e negar seus componentes categoriais. A lei do devir faz parte de toda estrutura do objeto… e a tarefa do pensamento é apenas se apropriar da razão imanente que perpassa as ‘malhas processuais’ da realidade. O tornar-se outro, é expressão de mudanças que se dão na própria constituição do… “ser objetivo” (material).

“Forma x Conteúdo” (…e a crítica de Lukács a Hegel)                                                     “Ao introduzir o conteúdo na investigação lógica, não são as coisas,                                           senão o o ‘conceito das coisas’…o que se converte no objetivo final”.

Hegel recusa ainda qualquer formulação que compreenda conceitos como ‘formas puras’, separadas do conteúdo, denunciando a “esterilidade das categorias puramente formais”. O conteúdo separado da forma é vazio, pois não pode existir sem forma, assim como a forma não pode existir sem conteúdo (como quer a ‘lógica tradicional’)…A forma tem a obrigação de oferecer uma “manifestação fenomênica” ao conteúdo. E sobre isso Hegel ainda afirma:

“O conceito tem subentendido em si todas determinações anteriores do pensar…é o ‘pensamento universal’…incomensurável abreviação diante       da ‘singularidade’ dos objetos, tais como estes se apresentam à intuição       e…representação de sua ‘existência’… totalmente indeterminados”.

O ‘conceito’, como movimento dialético de singularidade, particularidade e universalidade surge da relação objetiva de diferenciação e contraste entre objetos. Desse modo, a relação de determinação como negatividade serve de preâmbulo para a compreensão da distinção existente entre a natureza ontológica ou intrínseca de uma coisa…e sua qualidade exterior.

K.Marx3Para Lukács…o caminho do saber vai do ‘ser abstrato’ – à essência mais concreta, enquanto na realidade… a essência mais concreta e complexa… – é, um ‘ponto de partida’ do qual, abstratamente, se pode obter — o… “conceito ontológico do ser”.  Porém, quando Hegel tenta fazer brotar de sua natureza… as origens da essência do ser, tal conceito padece de equívocos.

Lukács entende que não dá para sustentar a tese hegeliana de que o conceito emana do movimento da essência do ser – pois seus ‘aspectos lógicos’ acabam contrapondo-se às exigências reflexivas em que categorias brotam do “mundo objetivo”; desconsiderando assim, os “aspectos ontológicos”. Ou seja, o ‘ser coletivo’ e o ‘ser individual’, nesse caso, não brotam das determinações de um mesmo processo… – Para Lukács… o ‘conceito’ é fruto da tentativa de constituição da identidade sujeito/objeto – e não… de um ‘avanço processual’ do ser, como faz entender a ‘filosofia hegeliana’, ao conceber as ‘resoluções’    do pensamento como conteúdo de uma “suprema verdade lógica”… na qual é sujeito, e objeto de si mesmo. — Como assim definiu Hegel… “As determinações do pensamento têm…em si mesmas – valor e existência objetivas.”  Eis então, o que impede a ‘filosofia hegeliana’ de poder avançar – em direção a uma efetiva compreensão da “realidade”.

Críticade Marx a Hegel                                                                                                          Marx destaca que um ‘ser indeterminado’ não passa de uma construção                          do pensamento … pois não é possível alcançar a essencialidade das coisas,                      afastando-se progressivamente de seu ‘movimento ontológico’… – e assim                            abstrair do ‘movimento processual’ contingente — seus riscos e acidentes”.

Para Marx é impossível alcançar a efetividade do ser mediante a mera reversão ideal de um processo de abstração…que tem o seu ‘ponto de partida‘ num conceito logicamente esvaziado de ‘determinação ontológica‘. Não é pela mediação do movimento do pensar consigo mesmo que se chegará à “objetividade” da lógica, pois ao se partir do “reino do abstrato”e não do mundo concretoconstituímos uma abstração carente de resposta.

risoluzioneO problema da ‘perspectiva logicista’ é que ela se afasta das efetivações da ‘processualidade‘ do ser social, para pairar, de forma absoluta…no ‘reino da ideia’, onde o pensamento…é sua própria ‘autodeterminação’…em um pano de fundo de categorias lógicas, pelas quais os ‘preceitos hegelianos’ conferem uma “força descomunal“; onde…para Marx… “Toda realidade submerge, em um mundo abstrato”. 

A realidade objetiva assim subverte-se às… “categorias lógicas”… para somente aí encontrar sua ‘substancialidade’… onde o “método absoluto” de Hegel, tanto explica            todas as coisas, como implica o movimento delas… – em inusitada tentativa de … na ‘abstração da ideia, afirmar como resposta definitiva sua síntese conceito/realidade.      Assim, não levando às últimas consequências as disposições objetivas – e erigindo a “ideia” como momento predominante (reveladora da razão em si mesma e em todas          as coisas)…Hegel pretende fazer dela o que existe de mais elevado, ou seja, a síntese          do conceito e da realidade: “O que é racional é real e o que é real é racional”, ou seja,            apenas a consciência que define realidade; circunscrita ao seu modo de pensamento.

Assim, o projeto hegeliano de constituição de uma nova fundamentação filosófica, acaba consistindo apenas em nova roupagem de reprodução da velha perspectiva – fundada na ‘consciência sobre o ser’, à medida que o absoluto surge como o processo de síntese, em que todas diferenciações são submetidas ao nível especulativo, por uma ‘autoconsciência do espírito’. Por esse motivo…a “determinação ontológica” das categorias não pode ser concluída – e apenas com Marx assumirão verdadeiramente suas funções processuais na realidade… e não meras definições lógicas. – Por seu princípio ser a “realidade material”,  e não “preceitos lógicos” do pensamento, a “dialética materialista” levará as formulações de natureza objetiva das categorias postuladas por Hegel, às suas últimas consequências.

Artur Bispo dos Santos Neto (Professor da UFAL) texto base (Abril/2013) *******************************************************************

A finalidade teleológica                                                                                                  Segundo Kant o uso da teleologia é justificado no estudo do ser vivo,                                      ou da obra de arte, pois nos 2 casos – a explicação teleológica … que                                considera as partes em virtude do todo é a única esclarecedora.

Kant.A ideia de ‘teleologia’ aponta ‘finalidade’.

Constituindo-se uma teoria dos sentidos            nas Ciências Sociais e Humanas, remete              a uma finalidade da… “ação humana”,          atribuindo-lhe assim…um ‘fundamento’.

O princípio da historicidade do ser implica que a ‘existência’ seja essencialmente“uma experiência”e que a verdadeira experiência seja a dos limites, ou da finitude humana. A ideia ‘não fundacionista’ da verdade, isto é, de uma visão não teleológica da ação humana – é, no entanto, a conquista de toda uma época (a nossa época)quando a “linguagem” invade o campo do ‘conhecimento‘ … a ponto de tudo se tornar discurso. (texto base**********************************************************************************

Gestões perversas em um “trabalho ideológico”                                                              “O desenvolvimento e aperfeiçoamento do trabalho é uma de suas características onto­lógicas que, ao se constituir…chama à vida produtos sociais de ordem mais elevada. E, talvez o mais impor­tante desse produto, seja a crescente autonomia de suas ativi­dades preparatórias, na separação relativa entre o conhecimento, e suas finalidades e meios”.

No texto… “As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem”… de Gyorgy Lukács, no início de 1968, o filósofo marxista observou que…com o desenvolvimento da ‘divisão social do trabalho’ – temos o seu aperfeiçoamento, e diferenciação numa escala ampliada, trazendo não só a separação de ‘campos autônomos’ do saber… mas também,      o surgimento de um novo tipo de ‘trabalho humano’… que não trata apenas de ela­borar ‘fragmentos da natureza’ consoante suas finalidades… – Conforme Lukács… “o homem      é induzido a rea­lizar certas posições teleológicas…segundo um modo pré-determi­nado”.

Enquanto a posição teleológica primária…típica da natureza do trabalho produtivo,        trata do intercâmbio com a natureza, a posição teleológica secundária — própria da natureza do trabalho ideológico, derivado do trabalho produtivo propriamente dito              é essencial à reprodução social, influenciando outras visões em movimento – o que significa que a posição teleológica não pode jamais ter um caráter puramente ideal,    quando o seu objeto (fim)…é o homem, com suas relações, ideias, sentimentos, etc.

karl_marxO “trabalho produtivo”

Uma concepção empirista do trabalho tende a reduzi-lo a um certo “trabalho” voltado somente … à transformação da natureza pelo homem. – Esse trabalho, predominantemente formado segundo  posições teleológicas primárias onde o homem, ao criar um novo objeto, nele se reconhece…”sujeito da criação”…dá início a seu processo de exteriorização.

Neste sentido, o trabalho produtivo não só cria um novo ser,                                                    como engendra a si mesmo – como “ente humano genérico”.

De Bacon a Marx – as definições de trabalho põem em destaque, a transformação da natureza pelo homem, para servir a suas necessidades… O “trabalho produtivo”, que          se distingue do…“trabalho ideológico”…diz respeito, nesse caso, à forma material da atividade laborativa, e não propriamente à sua forma social – isto porque…’trabalho produtivo’ na perspectiva sócio ontológica é o trabalho concreto que produz ‘valores            de uso’. – Por outro lado, na “perspectiva sócio-histórica”…sob o modo de produção capitalista, trabalho produtivo é todo trabalho que produz ‘mais-valia’. Desse modo, atividades profissionais – que têm como base estruturante o“trabalho ideológico”,    como, por exemplo, o trabalho do professor – sob determinadas condições…podem          ser consideradas “trabalho produtivo”, na medida em que produzem “mais-valia”.

Esse “trabalho ideológico” é uma modalidade de trabalho humano constituído, em seu momento predominante, por posições teleológicas secundárias, isto é, uma ação social visando induzir certas… posições teleológicas – de acordo com um modo pré-determi­nado, visando assim encontrar meios que garantam sua “unitariedade finalística”,    conforme a uma… – “divisão social do trabalho”… – o mais diferenciada possível.

A partir do momento em que surge a ‘divisão do trabalho’,                        essas novas posições … tornam-se um meio indispensável                                  a todo trabalho que se funda sobre a sua própria divisão.

Com a diferenciação social de nível superior e o nascimento de classes com interesses antagônicos, esse tipo de posição teleológica secundária torna-se a ‘base estruturante’      do que o marxismo chama “ideologia“…quando sua função social autonomiza-se do trabalho produtivo, tornando-se uma atividade social, ou profissão, imprescindível à reprodução social. E assim, a natureza do trabalho ideológico incorpora em sua ‘base estruturante’…a ideologia, como posição teleológica secundária, na ação dos homens    sobre si mesmos e suas consciências, pondo em movimento… “posições teleológicas”,        seja no sentido de “conservar”, ou no sentido de “transformar” a realidade existente.

K.Marx2

Karl Marx

Signos e Instrumentos

Após a revolução industrial (entre os séculos 18 e 19)…o “trabalho ideológico” surge como uma nova forma social da “produção capital”, imprescindível … não só à reprodução social, mas também à ‘organização produtiva’. Esta “ação social”… visando a um engajamento estimulado na produção do capital se traduz como o trabalho de gestão e controle…numa modalidade de trabalho ideológico, cada vez mais imprescindível na ‘produção do capital’.

Este “trabalho ideológico”…no sentido lukacsiano, trata-se de um campo qualitativamente oscilante…imprevisível…onde a ação dos homens sobre outros homens, se junta à enorme imprevisibilidade de suas reações – ampliando em muito o grau de dificuldade relativo ao conhecimento da “objetividade natural”, típica de posições do trabalho. Como trabalho de mediação, o viés ideológico implica no uso de um tipo particular de elemento…o “signo“.

Considerando que a relação homem/mundo não é uma relação direta,        mas, fundamentalmente, uma ‘relação mediada’…podemos distinguir        dois tipos de elementos mediadores – os instrumentos e os signos.

instrumento…elemento mediador do trabalho; interposto entre o trabalhador e o objeto de sua produção – amplia as possibilidades de transformação da natureza pelo homem. Como elementos externos ao individuo – têm a função é provocar mudanças      nos objetos, no controle dos processos de produção. Já os signos – o outro elemento mediador da relação homem/natureza…também chamado “instrumento psicológico”, são orientadas para dentro do individuo; buscando o controle de suas próprias ações.

Com o ‘recurso aos limites naturais’…que caracteriza o ‘processo civilizatório’; com a diminuição do tempo de trabalho socialmente necessário à produção, e um processo        de reprodução, cada vez mais nitidamente social…crescem…na esfera da reprodução social, as modalidades de “trabalho ideológico”, e inclusive, de sua própria produção.

alienação trabalhoO “trabalho ideológico”

O “trabalho ideológico”, como um trabalho concreto, distingue-se do…’trabalho produtivo’ – embora hoje, esteja dele cada vez mais impregnado… – a ponto de tornar-se fundamental no sistema produtivo, não só pela ação (‘desmedida’) do homem sobre a natureza, mas, inclusive, pela intervenção sobre si próprio, na  captura subjetiva do trabalho pelo capital…exigindo cada vez mais uma…”incorporação ideológica”…nas relações do trabalho, com a finalidade de garantir a eficácia nos resultados da produção através da ação do homem… – sobre os seus próprios ‘semelhantes’.

Numa perspectiva sócio ontológica, podemos conceber historicamente o trabalho humano para além da concepção empirista que o reduz a “trabalho produtivo”. – A atividade social caracterizada pelo agir sobre os próprios homens… sobre suas consciências – para pôr em movimento suas posições teleológicas – seja no sentido de conservar, ou de transformar a realidade existente… também é trabalho – é o que denominamos de “trabalho ideológico”, que tem como base estruturante…”posições teleológicas secundárias”…que articulam, por meios eminentemente ideológicos…funções da reprodução dos indivíduos e da sociedade.

Por consequência, a natureza do ‘trabalho ideológico’ caracteriza hoje – o                        traço essencial de uma série de ocupações profissionais, que representam                              as modalidades do trabalho constituintes de uma “sociedade de serviços”.

Todo trabalho humano, produtivo ou ideológico…é formado – segundo Luckás, por posições teleológicas: primárias e secundárias. – O ato consciente que caracteriza o trabalho humano como modelo de práxis social, implica tanto posições teleológicas primárias, quanto secundárias, implícitos elementos do processo – que marcarão o homem como espécie diferenciada. Entretanto…o ‘trabalho ideológico’ é o trabalho        que se caracteriza pela predominância da posição teleológica secundária … na ação ideológica…que se utiliza de uma “cadeia de mediações”, cada vez mais articuladas.

O trabalho como fundamental categoria ontológica própria ao ser social é formado          por…”posições teleológicas”, que a cada oportunidade, põem em movimento séries causais…envolvendo tanto instrumentos produtivos, quanto elementos (signos) de mediação das “posições teleológicas” (primárias e secundárias)…componentes do processo de trabalho. – Todo trabalho humano … inclusive o “trabalho ideológico”,    implica na articulação de instrumentos e signos – onde estes, no caso do “trabalho ideológico”…tornam-se essenciais à posição teleológica secundária…na medida em            que se desenvolve a sociedade de serviços e amplia-se a escala dos conflitos sociais.

O ‘trabalho ideológico‘ – formado por posições teleológicas secundárias…constitui            hoje a esfera das ocupações profissionais vinculadas à reprodução e controle social. 

Alienação” … na vida & trabalho  “Só aos loucos o engano não se desfaz” (Fernando Pessoa)

O mundo do trabalho, representado hoje pelo ‘trabalho ideológico’…sob o ‘modo de produção capitalista’ – está impregnado da ‘alienação’ – exercida como meio de ‘vida social’ do sistema lógico…típico ao trabalho assalariado, em todo seu…”controle de interesses”.

O conjunto de profissões que representam o trabalho ideológico torna-se um campo…por meio do qual os homens se conscientizam desses conflitos, e neles se inserem – mediante a luta; e, como modalidades de trabalho assalariado, no setor privado ou público, elas são regidas pela lógica do trabalho abstrato … submetendo-se a parâmetros de produtividade.  Assim, nas sociedades de classes sociais com interesses antagônicos o trabalho ideológico assume – cada vez mais…’caráter manipulatório’…onde a ideologia aparece como recurso sistêmico de controle e manipulação social (é o sentido negativo da ideologia, como “falsa consciência”). – À medida em que a “forma material” do trabalho ideológico se impregna da “forma social” da produção do capital, suas modalidades incorporam diretamente…ou, por derivação, o sentido do “trabalho capitalista” como um tipo de “trabalho alienado”.

Com o capitalismo global, todas as formas de trabalho humano impregnam-se da forma social do trabalho alienado, não importando se o trabalho humano é, no plano material, “trabalho produtivo” ou “trabalho ideológico”, ou no plano social…“trabalho produtivo”, ou “trabalho improdutivo”. O que é relevante na perspectiva da ontologia do ser social é      a vigência do ‘trabalho alienado’ como forma social de inclusão do ‘trabalho concreto’, à lógica do ‘trabalho abstrato’. É por isso que, hoje… o ‘trabalho ideológico’…assume uma forma alienada, ou melhor – o ‘trabalho concreto’ assume a forma de ‘trabalho abstrato’.

“Gestões perversas”                                                                                                                    O “trabalho ideológico” das “profissões vocacionadas” exige do trabalhador…cuidado, abnegação e doação. Mas, na ‘sociedade do capital’…em sua etapa de ‘crise estrutural’,        à medida em que sua forma material impregna-se da forma social do capital, definida        pelo trabalho alienado, constitui-se assim uma ‘lógica subjetiva’ de natureza perversa.

Uma das características cruciais do ‘trabalho ideológico’ como trabalho humano concreto,  é implicar, de modo radical, a subjetividade do trabalhador com sua atividade laboral. Na medida em que o capital amplamente incorpora … na lógica do trabalho abstrato, as mais diversas modalidades de ocupações profissionais dos serviços – educação…saúde, justiça, segurança pública, etc. dissemina-se então, amplamente, o fenômeno da alienação social.  Na ideologia orgânica da gestão capitalista, sua presença, dentro do processo de trabalho de amplas camadas assalariadas – não apenas do mundo da produção…mas também dos serviços diversos e administração pública…contribuem efetivamente para a afirmação de uma característica extremamente perversacomo gestão capitalista do trabalho humano.

Imagens da semana 199 - http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=11629

A rigor… a “captura”…da subjetividade do trabalho pelo capital é um modo perverso de ‘implicação humana’ – pois, ao mesmo tempo em que envolve…’emocionalmente’ o trabalhador assalariado…pelo conteúdo da atividade laboral, o insensibiliza como ser humano, na medida em que impõe os parâmetros de um ‘trabalho abstrato’. Ao mesmo tempo em que… o trabalhador da indústria, serviço, administração pública, se envolvem subjetivamente, ao trabalho concreto (inclusive, sendo tratados como ‘parceiros’), eles são … “insensibilizados” como seres humanos, na medida em que seu tempo de ócio é reduzido, em função de um tempo…permanente…de trabalho.

Tal processo assume dimensões perversas, no caso das modalidades de trabalho ideológico onde a matéria social do trabalho concreto é a ação do homem sobre outros homens, o que significa que o modo de gestão é como uma “manipulação reflexiva” da subjetividade… nas condições flexíveis do capitalismo global, manipulado sob domínio desse espírito perverso. Com efeito, o problema da invasão do tempo de vida pessoal – pelo tempo que impregna a atividade laboral…é o principal problema da ‘alienação social’ dos profissionais dessa área.

Nesse caso, ao invés do trabalhador assalariado tornar-se “patrão de si mesmo”, com suposta margem de “autonomia”…ele irremediavelmente,  por conta da ‘manipulação reflexiva’…torna-se “carrasco de si mesmo”.

A implicação perversa do “trabalho ideológico” nas atividades laborais responsáveis pela reprodução social, é… em especial, bastante visível, no caso do trabalho de formação dos professores como profissionais – imersos em sua “criação pedagógica”. – A princípio, o trabalho deles é um ‘trabalho ideológico’ que em si mesmo…possui “dimensão invasiva”. Assim, apesar de uma satisfação profissional nessa implicação criativa, o problema está na subordinação do trabalho à lógica do ‘mercado & capital’. Giovanni Alves (texto base)    ******************************(texto complementar)********************************

As “utopias degeneradas”, e a construção social do futuro (maio/2016)                  Certamente estamos num daqueles momentos cruciais da humanidade…em que,              diante de uma crise social tão generalizada no mundo…somos instados a colocar        noutra escala nossos objetos científicos específicos, para pensa-los no âmbito da                  sociedade como um todo, e porque não dizer, até no plano mundialse possível.distopia.

A cada novo estágio de desenvolvimento – o capitalismo vai conseguindo realizar-se        como utopia. No atual momento, este modo histórico de reprodução social chamado “capitalismo financeiro”, mais uma vez consegue aumentar a exploração da força de trabalho, ampliando sua capacidade de concentrar riqueza. Essa exploração…que se aprofunda sistematicamente, tem sido notada por poucos…pois para a maioria da sociedade atual o consumo é que se apresenta como a parte relevante do vivido. A  atração pela mercadoria, a princípio parece distinguir indivíduos na massa, embora desconheçam a natureza do trabalho que realizame aquele contido na mercadoria.

Estamos diante de crises sociais profundamente sérias que vão desde aquelas colocadas na perspectiva de catástrofe ambiental, até aquelas reveladas por matanças de seres humanos em pequenas ou grandes chacinas – por guerras declaradas ou não – que se espalham pelo planeta. A crise é generalizada sob todos os aspectos, em todas as escalas, e é da sociedade. Mas a sociedade de massa tem dificuldade de leitura sobre sua condição porque é moldada pelos meios de comunicação, constituídos no chamado…4º poder – que, presente no dia a dia, tem a capacidade de formar a opinião pública – que: “deixa de ser do público para se instalar no público”…contribuindo para a construção/destruição dos desejos de bem-estar.

A televisão exerce tal poder com maestriagarantindo um serviço independente, quando sabemos que não é bem assim…Enquanto as redes de comunicação à distância (Internet), por seu turno, permitiram que o trabalho em colaboração aumentasse exponencialmente, facilitando troca de informações em tempo real. De fato, as novas tecnologias impuseram sua presença no mundo – mas não só isso – implicaram também novas possibilidades de vivenciar o mundo. – E o local não resistiu ao globalNada mais está totalmente isolado.

Desde a difusão do rádio, mas sobretudo da televisão – que nos trouxe o som acrescido da imagem, que a integração e desintegração das sociedades se dá com maior rapidez…mas a Internet sem dúvida ampliou exponencialmente o esgarçamento da vida social/familiar, e as relações passam a se rearranjar em grupos sociais (tribos) de interesse comum – o que, aliás, não impede que uma mesma pessoa possa pertencer a vários grupos sociais, que lhe interessem. Mas, mesmo assim, o isolamento está presente e já é comum. – A família está mudada… – Os amigos também. ** Silvana Maria Pintaudi ** UNESP/ USP (texto base) **********************************************************************************

Matemáticos revelam“rede capitalista”que controla o mundo (out/2011)        “Primeiro estudo que vai além das ideologias… identificando empiricamente essa rede     de poder global; conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo”.

empresas-dominam-mundo

Gráfico das interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial.

Uma análise entre 43 mil empresas transnacionais concluiu que um nº reduzido delas… sobretudo bancos, possui um…”desmedidamente alto” poder sobre a economia global.

A conclusão se deve a pesquisadores    da área de “sistemas complexos, do “Instituto Federal de Tecnologia”, de Lausanne, Suíça… James Glattfelder, um dos autores do trabalho explicou:

“Nossa análise é baseada na realidade, mas esta é complexa demais, portanto temos que ir além dos dogmas…sejam eles das teorias da conspiração, ou do nosso bem conhecido…livre mercado”. 

Esta análise utiliza a mesma matemática – há décadas… para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de “simuladores dos mais diversos tipos… — Agora… ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente, resultando num mapa, que traça a rede de controle entre as grandes “empresas transnacionais”…em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia…mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e, não consideravam controles indiretos de propriedade…não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial; tornando-a, por exemplo, mais ou menos instável. Sobre isso, o          novo estudo pode falar com a autoridade de quem analisou uma base de dados… de              37 milhões de empresas…e investidores. – A análise conseguiu identificar… 43.060 grandes empresas transnacionais…e traçou as conexões de controle acionário entre            elas…construindo desse modo, um modelo de poder econômico em escala mundial.

“Poder econômico global                                                                                                          Noutras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real                                          que atinge…60% – de todas as vendas realizadas no mundo todo”.

Refinando ainda mais os dadoso ‘modelo final’… revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas, mantendo laços – com ao menos 2 outras empresas … na média, cada uma delas com 20 novas conexões.  Mais que isso, embora este núcleo central de poder econômico, logre concentrar, só 20% – das receitas globais de venda, tal grupo detêm    maioria…nas ações das principais empresas do mundo (blue chips’).

E isso não é tudo… — Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa “rede de propriedades cruzadas” … eles identificaram uma “super-entidade” de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas. Como assim explica Glattfelder…em sua pesquisa:

“Na verdade, menos de 1% das companhias controla                                          40% da rede inteira…E a maioria delas são bancos”.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa,      e nem ruim, mas essa interconexão pode ser… — Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis…basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede…levando consigo a economia mundial como um todo. – Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração … 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer. – A questão real, colocam eles…é saber se esse núcleo econômico global tem condições de…intencionalmente…exercer um poder político centralizado. Na verdade eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado… mas, agem em conjunto no interesse comum; e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede. – Como exemplo, estas são as 50 primeiras…das 147 empresas transnacionais…consideradas como “super conectadas”:

1) Barclays plc 2) Capital Group Companies Inc. 3) FMR Corporation 4) AXA insurance      5) State Street Corporation 6) JP Morgan Chase 7) Legal & General Group 8) Vanguard Group Inc 9) UBS AG. 10) Merrill Lynch & Co Inc  11) Wellington Management Co.  12) Deutsche Bank 13) Franklin Resources 14) Credit Suisse Group  15) Walton Enterprises  16) Bank of New York Mellon  17) ‘Natixis’ 18) Goldman Sachs  19) T Rowe Price Group  20) Legg Mason Inc 21) ‘Morgan Stanley’ 22) Mitsubishi Financial Group 23) Northern Trust Corporation  24) ‘Société Générale’  25) ‘Bank of America’  26) Lloyds TSB Group  27) Invesco plc  28) Allianz SE  29) TIAA  30) Old Mutual Public Limited   31) Aviva plc  32) ‘Schroders’ 33) Dodge & Cox 34) Lehman Brothers Holdings 35) Sun Life Financial Inc.  36) Standard Life  37) CNCE  38) Nomura Holdings Inc  39) The Depository Trust Company  40) Massachusetts Mutual Life Insurance  41) ING Groep NV.  42) “Brandes Investment Partners” 43) “Unicredito Italiano” 44) Deposit Insurance Co. of Japan 45) “Vereniging Aegon” 46) “BNP Paribas” 47) “Affiliated Managers” 48) Resona Holdings  49) Capital Group International Incorporation  50) “China Petrochemical” (texto base)  

Sobre Cesar Pinheiro

Em 1968, estudando no colégio estadual Amaro Cavalcanti, RJ, participei de uma passeata "circular" no Largo do Machado - sendo por isso amigavelmente convidado a me retirar ao final do ano, reprovado em todas as matérias - a identificação não foi difícil, por ser o único manifestante com uma bota de gesso (pouco dias antes, havia quebrado o pé uma quadra de futebol do Aterro). Daí, concluí o ginásio e científico no colégio Zaccaria (Catete), época em que me interessei pelas coisas do céu, nas muitas viagens de férias ao interior de Friburgo/RJ (onde só se chegava de jeep). Muito influenciado por meu tio (astrônomo/filósofo amador) entrei em 1973 na Astronomia da UFRJ, onde fiquei até 1979, completando todo currículo, sem contudo obter sucesso no projeto de graduação. Com a corda no pescoço, sem emprego ou estágio, me vi pressionado a uma mudança radical, e o primeiro concurso que me apareceu (Receita Federal) é o caminho protocolar que venho seguindo desde então.
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2 respostas para Alienação (humana) nas “categorias teleológicas”

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