Enigmas & Circunstâncias de um “Planeta Vermelho”

“Combinaram religião, arte e ciência, pois na verdade…a ciência não                                      é mais do que a investigação de um milagre inexplicável; e arte… – a                            interpretação deste milagre.” (Ray Bradbury…’Crônicas Marcianas’)

Estar cada dia mais perto de Marte… sem precisar de uma nave espacial, é para o geólogo Carlos Roberto Souza Filho, do Instituto de Geociências da UNICAMP… uma das peculiaridades interessantes…do seu trabalho atual.  O docente…mais alunos do Instituto,  e…uma boa equipe de pesquisadores nacionais e internacionais… estão há tempos – envolvidos num projeto de planetologia comparada…estudando  ambientes análogos à Terra e Marte, sob o honroso patrocínio da “NASA”.

Além do mérito, e impacto – este trabalho tem revelado várias descobertas científicas, ainda que…’à distância’. – Foi um trabalho desse tipo que revelou que pode ter havido oceano em Marte, correspondendo a 30% de sua superfície. — As pesquisas efetuadas      pelo grupo são fundamentadas em dados…e, métodos de sensoriamento remoto (SR), ramo da ciência…que aborda a obtenção de informações sobre algo por meio de um dispositivo (‘sensor’) – sem que haja contato direto com o fenômeno sob investigação.

Em Marte… o SR é utilizado para extração de informações sobre a                                  composição mineralógica de solos e rochas presentes na superfície,                                          a partir de ‘respostas espectrais’ à capacidade de refletir/absorver                                          “luz solar” em comprimentos de onda do espectro eletromagnético.

Estas respostas são estudadas analogamente na Terra — na tentativa de compreender o ambiente de formação dos minerais e mapear materiais favoráveis à preservação de bio-assinaturas (fósseis)…ou mesmo, à manutenção de alguma forma de vida. As primeiras pesquisas foram conduzidas em uma área da Serra dos Carajás“…Pará, que reúne um conjunto de rochas muito antigas – portadoras de ‘microrganismos fossilizados’…cujos registros aparecem em imagens de sensoriamento remoto potencializando a deteção análoga na superfície de Marte, caso algum grupo semelhante de rochas for visto por lá.

Outros 2 ambientes terrestres, que têm sido, frequentemente tratados como de…um grande potencial de analogia – são as ‘crateras de impacto’ (ao lado) e os ‘lagos salinos’. Sendo que estes últimos envolvem níveis extremos de ‘sustentabilidade’ da ‘vida na Terra’ – apesar de,  a do tipo “microbianaser abundantemente encontrada em lagos … situados em áreas desérticas – do nosso planeta.

“Lagos marcianos”                                                                                                                  Os dados foram suficientes para demonstrar que ambientes aquosos dos mais variados, podem ter coexistido em Marte…numa associação geológica de argilas e sais, na Terra”.

Várias evidências reveladas em Marte nos últimos anos apontam para a ocorrência deste tipo de ambiente durante a sua evolução, onde água líquida acumulada em amplas áreas no planeta teria evaporado, propiciando o acúmulo de minerais hidratados na superfície.  Estudos sobre a origem desses minerais, formados na presença de água líquida, levando em conta a presença de sais e argilas … levaram à hipótese de que – em algum momento, houve uma mudança em escala global no ambiente de Marte – que passou, de condições de alteração aquosa em condições ‘quase-neutras’ (favorecendo a formação de argila) no período denominado “Noachiano”…para um sistema evaporítico ácido (o que favorece a decantação de sais) no período ‘Hesperiano’. Essa hipótese defendida por pesquisadores europeus, com grande impacto e aceitação na comunidade internacional… perdurou por anos inquestionável, até que uma importante descoberta realizada pela equipe de Carlos Roberto foi publicada em outubro de 2009, na revista ‘Geophysical Research Letters‘. O  trabalho, liderado por sua aluna Alice Baldridge, cientista da NASA, revelou que … lagos salinos da Austrália têm como principal característica alta variação de pHs…entre ácido, neutro e alcalino; separados por metros. Carlos Roberto explica que 2 minerais marcam  as diferenças ambientais mais importantes para os lagos australianos – sulfatos (sais), e filossilicatos (argilas). E o mais interessante, é que ambos são detetáveis a distância, por sistemas de sensoriamento remoto em satélites, ou aviões…como dimensiona o geólogo:

“Descobrimos a partir de observações no terreno – e, com base em ‘imagens hiperespectrais’…obtidas por aviões e satélites, que argilas e sais, presentes em lagos salinos australianos formam-se em ambientes dinâmicos; onde sua decomposição pode ocorrer, de forma quase simultânea. Situações similares em Marte foram mapeadas, com base em dados gerados pelos robôs ‘Spirit’, e ‘Opportunity’, e satélites, mas nossa interpretação muda isso, impactando até … às ‘futuras missões’ em Marte…

Por exemplo, vista a comum associação de microorganismos, com ambientes de lagos salinos ricos em argilas e sais, na Terra… – por que não podemos ter ‘microrganismos marcianos’ equivalentes?…Acredito também que com este trabalho abrimos um leque      de opções sobre locais para onde as próximas sondas deverão ser enviadas…à Marte.”

Crateras de impacto de meteoritos são ambientes, que também têm sido explorados como análogos. O estudo sobre impactos na Terra…e a analogia do processo ocorrido em outros planetas é um tema que passou a ocupar um espaço especial, na “agenda de interesses planetários” de Carlos Roberto – desde que publicou seu 1º artigo…na revista “Science”, em maio de 2002 sobre o tema. – Essas pesquisas visam, não apenas conhecer processos,  e produtos de impacto na Terra com implicações à prospecção de minerais, óleo e gás… e, aquíferos mas também na comparação com crateras de Marte e outros planetas rochosos.  Entre outras consequências positivas, os impactos revelam o substrato rochoso de Marte,  o qual se acha muitas vezes encoberto por solo e poeira… impedindo acesso à informação sobre sua composição mineralógica, a partir de sensores remotos – como disse o geólogo:

“A investigação das crateras na Terra – pode subsidiar a interpretação…sobre quais as rochas transformadas por impacto, e quais as pouco afetadas pelo choque; sendo assim mais próximas da rocha primordial…que pode conter análogos terrestres interessantes”.

Carlos Roberto sugere que – do ponto de vistados custos e dos riscos – é muito melhor enviar numerosas missões não-tripuladas à Marte… – particularmente as que incluam a movimentação de robôs veículos automatizados (no terreno)e aéreos não-tripulados de baixa altitudepara o conhecimento detalhado do planeta. A exploração através de programas robóticos dará o saber fundamental, para exploração mais segura e previsível de Marte por humanos. O problema é quemesmo Marte tendo uma dimensão cerca de 50% menor que a Terrao planeta ainda assim é enorme. Os robôs, mesmo de gerações futuras, dificilmente terão suficiente autonomia de energiae resistência para percorrer vastas extensões num solo tão heterogêneo e inóspito. Neste caso, considera o professor:

“Será fundamental manter os trabalhos que estamos fazendo no estudo de ambientes análogos Terra-Marte…Estes estudos nortearão o envio de missões robóticas futuras para locais relevantes, que possam mostrar cada vez mais evidências da presença de água líquida…no passado e presente… e talvez…algum tipo de vida naquele planeta”.

Os “Jipes robóticos”

Em julho de 1997… – a missão Mars  Pathfinder teve sucesso ao colocar o pequeno jipe robótico Sojourner, na superfície de Marte Foi a 1ª sonda terrestre a pousar em solo marciano, desde a era das sondas Viking 1 e 2, americanas…e das sondas Mars…2,   e 3, russas, na década de 70. Mesmo gerando ‘imagens inéditas’…estas se limitaram… – ao ‘entorno do pouso‘.

Mas foi a partir de 2004, com a chegada dos ‘jipes robóticos’ Spirit e Opportunity, que um salto substancial ocorreu nos estudos sobre Marte. A missão deles era prevista para durar, no máximo 6 meses, contudo eles continuam se locomovendo pela superfície marciana há 6 anos. Essa foi a 1ª missão de “robôs móveis”, com possibilidade de locomoção a maiores distâncias…Ambos os jipes robóticos possuem instrumentos de análisesmicroscópicas e espectrais…bem como aparelhos criados para calcular o “desgaste abrasivo” dos materiais.

Quando os jipes robóticos chegaram a Marte, um deles – o ‘Opportunity’, acidentalmente caiu dentro de uma cratera…Mas, o que parecia um problema, logo se revelou um achado de sorte. Esta cratera… gerada pelo impacto de um meteorito, apresentava uma formação rochosa – exposta em seu interior contendo numerosas evidências geológicas … de que  a rocha observada era de ‘origem sedimentar’ alterada superficialmente… em ambiente evaporítico; ou seja, dois processos – em que a profusão de “água líquida” é fundamental.

“Essa foi uma das principais descobertas dos últimos tempos… em ‘Ciências Planetárias’.  Com tantas situações favoráveis ao surgimento de algum tipo de vida em Marte… há boa possibilidade de encontrarmos indícios num futuro próximo”; comentou Carlos Roberto.

O futuro da exploração em Marte

Marte é um dos planetas mais perto da Terra…em distância… — e constituição, compreendendo condições locais ainda habitáveis‘. — Considerando a melhor situação entre órbitas relativas (o que se dá a cada 25 meses na Terra), e com  o plano de uso mínimo de combustível, apenas aproximadamente 7 meses são necessários para… partindo da Terra, desembarcarmos no ‘planeta vermelho’.

É um planeta coberto por sedimentos transportados pelo vento, possuindo fina atmosfera saturada em CO2. Algumas regiões são tão frias que o CO2 condensa-se sobre a superfície. Durante muito tempo, sustentou-se uma crença de que Marte seria um planeta “desértico e morto”… Entretanto, Marte não foi, e não é o que parece. – Quase 40 anos de pesquisas, baseadas em “sensores imageadores” e não-imageadores, revelam que o planeta pode ter sido similar a ambientes conhecidos aqui…com ‘água líquida‘…fluindo em sua superfície.

Tudo indica que Marte teve uma história muito parecida com a Terra até determinado ponto de sua evolução geológica, incluindo a presença de amplas ‘redes d’água’ (talvez oceanos) em sua superfície… É um planeta rochoso com atmosfera, hidrosfera e clima.  Apresenta registros de condiçõese de materiais, a partir dos quais a vida poderia ter surgido (ou ainda existir)…em analogia à Terra, naquele planeta… Portanto, entender quando, e o que aconteceu, para efetivamente explicar sua distinta condição atual em relação à Terra é um desafio que pode trazer repercussões relevantes para o ‘futuro’.

mars_global_surveyor

Marte dá indícios de ter, como a Terra…cerca de 4,5 bilhões de anosdata da formação de boa parte dos planetas do…”sistema solar”. O registro da presença (no passado) de…’água líquida’ – em abundancia no planeta, foi destacado pela primeira vez…a partir de imagens do satélite ‘Mars Global Surveyor‘ (ao lado) que visualizaram formas de…’relevo…na superfície marciana: como longos canais e barrancos, os quais só poderiam ser formados por erosão…em fluxos de água. Na chegada dos jipes robóticos Opportunity e Spirit em 2004novas evidências de “água líquida” no passado marciano foram reveladas, incluindo aí,  argila, sais minerais e recentementecarbonatos.

Na época da “Guerra Fria“… em plena “corrida espacial” entre americanos e russos, uma série de sondas, de ambas as partes, foram enviadas a Marte, e efetivamente, pelo menos  3 delas pousaram em sua superfície. Paralelamente, as “missões Viking” compreenderam imageadores orbitais que enviaram as primeiras imagens mais detalhadas de um planeta distante…Hoje, a tecnologia envolvida na exploração é muito mais sofisticada. – Além da maior densidade de programas, jipes robóticos e sondas fixas, como aPhoenix“, no pólo norte de Marte, são verdadeiros “laboratórios ambulantes”; e para Carlos Roberto: “Com tantas missões em andamentonovidades são produzidas quase diariamente em Marte”.

As próximas missões envolverão jipes robóticos e sondas ainda mais completas e complexas. O Mars Science Laboratory (Curiosity), jipe robótico que iniciou suas operações em 2011…por exemplo… incluiu instrumentos específicos à deteção de        matéria orgânica na superfície marciana… Avaliações estão se tornando cada vez            mais sofisticadas, revelando novos dados sobre Marte…como sua mineralogia…e          evolução geológica…sem perder um dos objetivos principais de todas as missões:        encontrar evidências…de algum tipo de vida no planeta…E, concluiu o professor:

“Se conseguirmos comprovar a existência de vida – em qualquer outro                                planeta, isso modificará definitivamente a probabilidade da existência                                de vida no universo… Mas, por enquanto, nós…’seres vivos’ habitantes                                da Terra, somos a única evidência conhecida.” ( ‘texto original’, 2009)  ********************[texto complementar] *************************

descendentes-marcianos

[Imagem: Christine Daniloff]

Seremos todos descendentes de Marte?

De acordo com o atual pensamento de alguns cientistas planetários é concebível que toda a vida na Terra descenda de organismos que se originaram em Marte… e foram trazidos aqui para Terra a bordo de meteoritos…Se isso for verdade… – um ‘instrumento’ que está sendo desenvolvido por pesquisadores do MIT e da “Universidade de Harvard”…poderá fornecer      surpreendentemente – as provas necessárias.

Genomas extraterrestres

A fim de detetar possíveis sinais de vida passada ou presente em Marte, uma estratégia promissora seria procurar por…DNA ou RNA…mais especificamente, pelas sequências particulares destas moléculas praticamente universais, em todas as formas de vida terrestre. Essa é a estratégia que está sendo adotada por Christopher Carr, Clarissa Lui, Maria Zuber e Ruvkun Gary, este último, biólogo molecular que criou o instrumento, e montou a equipe inicial para fabricá-lo. O conceito foi batizado de Busca por Genomas Extra-Terrestres – ‘SETG‘ na sigla em inglês (“Search for Extra-Terrestrial Genomes”).

A ideia é baseada em vários fatos, já bem estabelecidos…Em 1º lugar, nos primórdios do Sistema Solar, o clima de Marte e da Terra…eram muito mais semelhantes do que agora. Assim, a vida que tomou conta de um planeta poderia provavelmente ter sobrevivido no outroEm 2º lugar…cerca de um bilhão de toneladas de rocha já teria viajado de Marte para a Terra, arrancadas por impactos de asteroidese em seguida, viajado pelo espaço interplanetário antes de se chocar com a superfície da TerraEm 3º, os micróbios têm-    se mostrado capazes de sobreviver ao choque desses impactos, e há indícios de também sobreviverem por milhares de anos pelo espaçoantes de abordarem um outro planeta.

Assim, os vários passos necessários para que a vida comece num planeta — e se espalhe para outros são todos plausíveis. – Ademais, a dinâmica orbital mostra ser cerca de 100 vezes mais fácil as rochas de Marte viajarem para Terra, do que o contrário. Então, se a vida começou lá, os micróbios podem ter sido trazidos para cá… Desse modo, se formos realmente “descendentes de Marte”…importantes lições poderiam serem aprendidas lá, sobre nossa própria origem biológica, por meio do estudo de uma possível bioquímica marciana. Os traços biológicos que se apagaram há muito tempo aqui na Terra podem      ter sido preservados… praticamente intactos… nas profundezas congeladas de Marte.

marte-terraProcurando vida em Marte

O dispositivo que os pesquisadores estão projetando… recolheria amostras do solo marciano, e isolaria quaisquer micróbios vivos que pudessem estar presentes – ou mesmo restos microbianos – que podem    ser preservados por até 1 milhão de anos,        e ainda assim… — conterem DNA viável.    Em seguida… – o material genético seria separado, para que técnicas bioquímicas padrão pudessem ser empregadas…para        a análise de suas sequências genéticas.

“É um tiro no escuro”…admite Carr, “mas se encontrarmos em Marte indícios de              vida similar à nossa, então poderíamos ter nos originado lá Ou ainda, se a vida        começou aqui…poderia ter sido transferida para Marte… Em qualquer dos casos,        devemos procurar vida em Marte — que seja…pelo menos…semelhante à nossa.”

Embora a superfície marciana atual seja muito fria e seca para abrigar formas de vida conhecidas, há indícios de que água em estado líquido possa existir não muito abaixo        da superfície, no subsolo marciano. Assim, a equipe desenvolve um equipamento que poderia capturar uma amostra do subsolo marciano, usando um robô com uma longa perfuratriz, e processá-la para separar quaisquer organismos, amplificar seu DNA ou    RNA, usando as mesmas técnicas empregadas em ‘testes de DNA forense’ na Terra, e      então, com certos marcadores bioquímicos‘, procurar sinais de sequências genéticas específicas — que são quase universais — entre todas as formas de vida conhecidas.

Os pesquisadores estimam em mais 2 anos para completar o projeto e testar                      um protótipo do…”SETG”…cujo dispositivo foi proposto neste ano…de 2011.

Nenhum instrumento foi enviado a Marte especificamente para procurar sinais de vida desde as sondas gêmeas Viking, em 1976 … que produziu resultados interessantes, mas ambíguos. Um instrumento a bordo do ‘MSL’ (Mars Science Laboratory), a ser lançado ainda este ano, vai investigar a química relevante para a vida Já o instrumento agora proposto é dirigido diretamente à ‘biologia molecular’ similar com a existente na Terra.

Christopher McKay, astrobiólogo do Centro de Pesquisas Ames da NASA, acrescenta      que há outro motivo importante testar tal hipótese… – ‘micróbios marcianos’ com uma estrutura similar à da vida na Terra… podem ser mais perigosos aos astronautas — que      um organismo totalmente estranho. Além disso a técnica poderia detetar qualquer contaminação biológica em Marte… levada para lá – por sondas humanas. (texto base) texto p/Consulta: A vida surgiu em Marte, e veio para a Terra – versão 2 (ago/2013) *******************************************************************************

Meteorito contém minerais da pré-história de Marte (nov/2013)                              “Esta rocha nos conta sobre uma das épocas mais importantes da (pré)                            história de Marte”. (Munir Humayan…Universidade da Flórida / EUA)

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O pequeno meteorito, de 84 gramas, contém minerais com idades de 2 a 4 bilhões de anos. [Luc Labenne]

Uma minúscula rocha — encontrada no deserto do Saara parece ser o meteorito marciano… – mais antigo já descoberto.  Pesquisas anteriores já sugeriam, que a rocha tinha cerca de…2 bilhões de anos, porém novas análises indicam minerais em seu interior…com mais de 4 bilhões    de anos. O meteorito negro e brilhante, pesando apenas 89 gramas,,, recebeu o apelido de Beleza Negra, ou NWA 7533 (Northwest Africa)… – Com essa idade, pelo menos uma parte da rocha teria se formado…ainda na “infância” de Marte.

Já foram encontrados cerca de 100 meteoritos marcianos na Terra. A grande maioria deles é bem mais jovem, datados entre 150 milhões, e 600 milhões de anos. Eles teriam caído na Terra depois de um asteroide ou cometa ter-se chocado contra Marte… – desprendendo as rochas, que viajaram pelo espaço até acabarem no nosso planeta… – No entanto… sendo o  “Beleza Negra” formada por 5 fragmentos, um deles, o NWA 7034, examinado no passado, teve sua idade foi calculada em 2 bilhões de anos… – E pesquisa mais recente, determinou para um outro pedaço, o NWA 7533… 4,4 bilhões de anos… – Se isto estiver correto… essa rocha pode ter-se formado quando Marte tinha somente… – 100 milhões de anos de idade.

Foi o professor Carl Agee, da Universidade do Novo México quem, na análise anterior concluiu que a rocha NWA 7034 tinha 2 bilhões de anos de idade. Mas agora com sua equipe também encontrando partes da rocha com cerca de 4,4 bilhões de anos… – ele afirma que a diferença entre idades das rochas pode ter ocorrido…porque o meteorito        é na verdade, uma mistura de componentes. – “Com toda certeza há um componente antigo na rocha…mas acreditamos que pode haver uma mistura de eras”(texto base) ********************************************************************************

Brasileiros desenvolvem modelo da formação de Marte (junho/2014)                      Embora ainda não saibam quase nada em relação à origem e formação da Lua,                 astrônomos dão os 1ºs passos significativos…para entender a origem de Marte. 

marte

‘Modelos de formação’… dos planetas rochosos do sistema solar produzidos nas últimas 2 décadas…têm sido bem-sucedidos na explicação da origem de Vênus… – e da Terra…com tamanhos similares, e de Mercúrio, com apenas 5% da massa da Terra. — No entanto, ‘simulações computacionais’…de alta resolução … — ainda não explicaram, como Marte se formou…nem por que tem apenas 10% da “massa terrestre”.

Segundo pesquisadores, a questão é intrigante, já que os 4 planetas são constituídos pelos mesmos embriões planetários (corpos celestes com dimensões dos planetas atuais, que se fundiram ao longo de dezenas de milhões de anos). A novidade é que o tamanho de Marte pode estar relacionado à densidade da ‘nebulosa protossolar’… nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sistema Solar, na região orbital onde se formaria o planeta vermelho. Essa ideia está sendo defendida por um grupo de astrônomos da “UNESP“…(“Universidade Estadual Paulista), cujo coordenador do projeto… Othon Winter… – assim comentou:

“A maioria das simulações de formação dos planetas terrestres do sistema Solar não consegue gerar um objeto do tamanho… – e na órbita de Marte; que está 1,5 unidades astronômicas de distância do Sol (1 UA é a distância Terra-Sol com cerca de 150 milhões de kms). Quando o programa para de rodar vem à tela o planeta do tamanho do vizinho mais próximo… Terra”.

Há também um modelo alternativo, chamado ‘Grand Tack‘ (vide figura abaixo), mas que envolve idas e vindas orbitais de Júpiter…que parecem muito fora da realidade. Apesar de um modelo válido – é muito questionável, por ser improvável que tenha assim acontecido.

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No Grand Tack (direita), Júpiter precisaria ter “varrido” o material que falta em Marte. Na nova teoria (esquerda) o processo de “depleção” de forma mais suave – explica a menor massa de Marte. [Imagem: P. Huey/Science]

Tendo em vista a necessidade de se desenvolver um modelo alternativo ao Grand Tack, a equipe liderada por pesquisadores brasileiros, realizou uma série de simulações do fluxo de gás e poeira dentro da nebulosa protossolar durante a sua formação. – As simulações sugerem que o material fluiu em direção ao Sol…movendo-se a velocidades diversas, em diferentes distâncias da estrela… Na região entre 1 e 3 UA do Sol, a nebulosa protossolar pode ter sofrido redução de matéria equivalente a entre 50% e 75% de sua densidade…A perda desse volume de “blocos de construção planetários”…pela “nebulosa protossolar”, nessa região – próxima da órbita de Marte – teria causado a redução da ‘massa final’ de Marte…e, supõe o modelo, o crescimento da Terra e de Vênus… E, Winter assim explica:

“Estudamos diversos parâmetros e concluímos que…se houve uma depleção de matéria entre 50% e 75% da nebulosa protossolar, na região entre 1 e 3 UA…há mais de 50% de chance de ter sido formado um planeta – com massa similar… na atual órbita de Marte, além da Terra, Vênus, e alguns poucos objetos no cinturão de asteroides. — O modelo é bem completo, pois abrange não só o problema da formação de Marte – como também, consegue produzir os outros planetas terrestres… – com suas massas…e órbitas atuais”.

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concepção artística da formação do sistema solar

Na avaliação de Winter, o novo modelo preencheu uma lacuna, dentro do modelo de formação do ‘Sistema Solar’ — indicando que o perfil de ‘densidade de massa‘ da nuvem protossolar, não era uniforme – com sinais de depleção…Tal dado poderia afetar — ‘estudos da formação’ do ‘cinturão de asteroides‘.

“Objetos e planetas extrassolares já descobertos … atingiram a casa do milhar, com uma distribuição muito variada dos corpos do Sistema Solar. – Nosso modelo pode auxiliar a entender como eles se formaram – e também… contribuir em pesquisas da astrobiologia (interface entre astronomia, biologia, química, geologia…e meteorologia… entre outras) relacionadas a objetos vindos de Marte rumo a Terra – bem como… estudos de planetas extrassolares… – também conhecidos como exoplanetas”… concluiu Winter. (texto base ************************************************************************************

O Paradoxo marciano (março/2017)

Alguma coisa não está batendo…Marte tem calotas de “gelo d’água” nos polos e há marcas no solo indicando que a água fluiu em rios e lagos, há bilhões de anos.

Recentemente, a ‘ESA’…agência espacial europeia apresentou…’estudo detalhado’ sobre umamega-inundação em Marte“.

De fato, temos alguma compreensão de como a água se comporta na Terra, e não há razão para pensar que leis físicas ou geológicas sejam diferentes…em Marte. Todavia, mais do que não encontrar água hoje, no…’planeta vermelho’ – ninguém consegue sequer explicar, como a água poderia ter existido em forma líquida em Marte mesmo no passado. – Este mistério é conhecido como o “Paradoxo de Marte“…Os dados e as teorias mostram que parece ter havido água lá… porém – também não indicam condições de ter havido água lá. 

Sinais de água… sem água

O atual terreno frio e rochoso de Marte… seco e coberto de poeira, apresenta minerais de argila…e ‘sedimentos’, que devem ter sido depositados… – por lagos e rios, de…3,5 a 4 bilhões de anos atrás. O problemarealmente começa, quando se retroage às condições de Marte – para aquele tempo.

Ainda hoje, a fina atmosfera do planeta e a distância do Sol, o mantêm a uma temperatura média em torno dos -60° C … frio o suficiente para haver água congelada em permanentes depósitos polares Contudo, há bilhões de anos, quando a água deveria estar fluindo pela superfície…o Sol era mais jovem e mais frio… — significando que Marte também era ainda mais frio do que é hoje. – Assim… dado que o ‘ponto de congelamento’ da água é o mesmo aqui e lá…como Marte pode ter sido algum dia quente o suficiente para que “água líquida” fluísse em sua superfície… — e formasse o relevo e as rochas… que lá… encontramos hoje?

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Pôr-do-sol em Marte, pela sonda Spirit.[NASA]

Efeito estufa improvável

Uma hipótese plausível seria que os gases de efeito estufa prenderiam o calor como na Terra…O problema é que nenhuma quantidade de CO2… poderia aquecer Marte, o suficiente, para manter a água líquida. Mesmo com uma atmosfera pura de CO2, sua temperatura só subiria… — até próximo de -33° C…Porém, mesmo esta hipótese … ainda é impensável.

Thomas Bristow e colegas da NASA calcularam, com base em sedimentos formados há 3,5 bilhões de anos, que a ‘atmosfera marciana’…naquela época…continha apenas resíduos de dióxido de carbono – Se adicionássemos um pouco de metano ou hidrogênio também não daria certo, pois com essa escassez de CO2, não importa quanto hidrogênio…metano…ou, outros gases sejam adicionados à equação…seria preciso uma atmosfera super-densa para blindar esses sensíveis gases de ‘efeito estufa‘ – contra os efeitos da…”radiação solar“.

Bristow e seus colegas apresentam agora uma outra alternativa – “água salgada”… o suficiente para…permanecer líquida – mesmo a temperaturas muito abaixo de 0º C.  Nesse caso, a atmosfera não precisaria de muito CO2. Porém, esta hipótese também       não parece suficientemente plausível. – Uma água…’ultrassalina’…pode até fluir, na Terra…pelo menos – mas o frio de Marte não permitiria chuvas suficientes… – para explicar a água parada gravada no arenito e xisto de Marte durante milhões de anos.

Então…será que existe algum ‘mecanismo planetário’ ainda desconhecido?                        Uma mistura de gases de efeito estufa que ainda não podemos identificar?                        Ou será que, talvez… o problema esteja em nossa incompreensão da água.

Sabemos que a água tem mais de 70 anomalias, mas…seja qual for a resposta…estamos ficando sem soluções óbvias para o Paradoxo de Marte. Quando ele for resolvido, talvez nos vejamos em territórios mais estranhos, e desafiadores que os de Marte. (texto base*********************************************************************************

O sonho (possível) de tornar Marte habitável                                                                      “Green e seus colegas propõem a instalação de um ‘dipolo magnético’…na                        forma de 2 satélites, acompanhando o planeta em sua órbita…produzindo                            um campo magnético dipolar (2 polos magnéticos opostos) protegendo-o”.

terraformação de marte

À esquerda é como os cientistas imaginam que Marte era no passado (semelhante à Terra); à direita, como é hoje. [NASA]

Seus próprios criadores, reconhecem se tratar de uma ‘estratégia’ parecida com ‘ficção científica‘…mas também, acreditam já ser possível sonhar com esse efeito… – de “terraformação“. Para cientistas da NASA – Marte já poderia ser habitável… — caso fosse  criada artificialmente… – algo que a Terra ainda conservou… umcampo magnético protetor… Esse escudo é essencial para evitar a radiação…e o ‘vento solar’…que – com meteoritos, assolam ‘atmosferas planetárias’…E, de acordo com pesquisadores da Divisão de Ciência Planetária da NASA…é possível gerar artificialmente … um campo parecido ao da Terra… – ao redor do “Planeta Vermelho“.

Hoje, Marte é um planeta dominado pelos extremos. A falta de atmosfera, por exemplo, faz com que a temperatura média seja de -63°C – mascom variações que vão de 35°C durante o dia até -140°C durante a noite… Mas… Marte era muito diferente no passado.  Dados das missões “Maven”…NASA, e “Mars Express”, da ESA…sugerem que havia um ‘campo magnético natural marciano’. A proteção sumiu há cerca de 4,2 bilhões de anos, eventualmente pelo resfriamento do núcleo do planeta. – Como resultado…a atmosfera    de Marte desapareceu gradualmente… – ao longo do tempo…varrida pelo “vento solar”  (na Terra…a magnetosfera impede esse processo letal). – O que os pesquisadores estão propondo agora, é recuperar a “atmosfera marciana” usando tecnologia para criar uma magnetosfera artificial, e restaurar – em parte…o passado do planeta Marte – com sua atmosfera, temperaturas mais altas, e eventualmente até parte de seus velhos oceanos; como explicou Jim Green…cientista planetário da NASA… – que ainda complementou:

“No futuro, é bem possível que ela (a tecnologia) possa gerar                             um campo magnético de 1 a 2 Teslas … contra o vento solar”.

O cientista lembra que estão em andamento projetos para criarmagnetosferas artificiais‘  em miniatura para proteger tripulantes de naves espaciais, e mesmo escudos magnéticos para proteger naves na reentrada. – De acordo com as simulações, um campo magnético implantado no ‘ponto de Lagrange’ L1…ponto de equilíbrio gravitacional entre Marte e o Sol, ampliaria a espessura da atmosfera elevando em 4°C sua temperatura superficial.

O aumento na temperatura do planeta é bem menor, daquele esperado pelos pesquisadores, mas, é possível que este efeito  se multiplique com o “dióxido de carbono” derretido no polo norte do planetacriando um tipo de “efeito estufa que    o aqueceria ainda mais — até  temperaturas compatíveis – à  presença de água no “estado líquido”…Como disse Green:

“Uma atmosfera marciana… com maior temperatura e pressão,                 permitiria a existência de água em estado líquido na superfície,     suficiente à exploração humana de Marte…na década de 2040”.

Para ele…se fosse criado um campo magnético artificial – as novas condições em Marte permitiriam que se estudasse o planeta com muito mais detalhes…Se isso for alcançado, a colonização de Marte estará mais perto. Mesmo com os planos para colocar o homem em Marte em 2039 ainda parados. (texto base)  (mar/2017) consulta: ‘Projeto Gênesis‘  ***********************************************************************************

Marte tem tremores diários e campo magnético inesperadamente forte

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Quinze meses depois do pouso da sonda estacionária “Insight” em Marte — equipes responsáveis pelos diversos equipamentos da nave anunciaram os 1ºs resultados de      suas análises. A 1ª grande conclusão é que Marte é mesmo sismicamente ativo. O            1º “martemoto(‘terremoto marciano’), foi detectado logo após a InSight funcionar,      mas agora…o sismógrafo já registrou 450 martemotos – o que dá quase um por dia.

Desse total, geólogos já analisaram 174 eventos, ajudando a construir            um quadro bastante abrangente de como deve ser o interior de Marte.

Os eventos sísmicos marcianos podem ser classificados em duas famílias. A 1ª inclui 24 martemotos de baixa frequência, com magnitudes entre 3 e 4 – com ondas propagando-se pelo manto marciano. Uma 2ª família compreende 150 eventos com magnitudes menores, profundidade hipocentral mais rasa e ondas de alta frequência restritas à crosta marciana.

Embora os instrumentos da ‘InSight’ nem sempre consigam registrar a direção da              qual as ondas estão chegando…eles detectam a distância da origem do tremor. Os resultados são bem parecidos com os eventos sísmicos detectados na Lua durante                  a ‘missão Apolo’, com sinais de longa duração. — Em comparação com a Terra, os martemotos são similares aos terremotos, só que mais fracos. – Nesse sentido, os martemotos estão num ponto intermediário…entre os terremotos e os lunamotos.

Surpresa magnética

Já em relação aos ‘campos magnéticos superficiais’ de Marte os instrumentos da ‘sonda marciana’ foram muito mais surpreendentes sendo 10 vezes mais fortes que o previsto– com base nas medições feitas pelas “sondas orbitais”. Sobre esse assunto…a pesquisadora da ‘NASA’ Katherine Johnson, pioneira no avanço da computaçãoem ciência espacial… – fez o seguinte comentário:

“Uma das grandes incógnitas das missões de satélite anteriores… foi a                                  aparência da magnetização em pequenas áreas. Ao colocar o 1º sensor                              magnético na superfície conseguimos novas pistas valiosas…sobre a                                estrutura interior e a atmosfera superior de Marte que nos ajudarão                                      a entender como ele… — e outros planetas como ele… — se formaram”.

Marte teve um “campo magnético global” há bilhões de anos, que magnetizou as rochas no planeta…antes de se desligar misteriosamente…Como a maioria das rochas na superfície é muito jovem para ter sido magnetizada por ele, a equipe acredita que a magnetização deve estar vindo de rochas antigas, nas profundezas do planeta. O sensor magnético também captou informações sobre fenômenos que ocorrem na atmosfera superior – e no ambiente espacial ao redor de Marte. Assim como a Terra, Marte é exposto ao “vento solar” (fluxo de partículas carregadas do Sol) que leva consigo um “campo magnético interplanetário” (base de tempestades solares). Mas, como Marte não possui um ‘campo magnético global’,  sofre mais influência do ‘clima solar’. – Provavelmente devido a essa ausência de proteção, o sensor captou flutuações no campo magnético entre dia e noite – e pulsações curtas, por volta da meia-noite, ainda inexplicáveis. E, exlicou Johnson: “Como nossas observações anteriores de Marte foram do alto da superfície atmosférica, ou altitudes ainda mais altas, não sabíamos que os distúrbios no vento solar se propagariam até a superfície. Isso é algo importante de se saber para futuras missões tripuladas em Marte”. Quanto às misteriosas pulsações magnéticas da meia-noiteela concluiu: “Ainda não temos ideia do que podem ser. Ao fazemos medições sempre tomamos susto: é uma de nossas surpresas magnéticas”.

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Fontes de magnetização em Marte detectados pelo sensor magnético da InSight. [Imagem: NASA/JPL-Caltech/UBC]

Ventos em Marte                                                                                                                  Outro elemento não previsto que vem incomodando a equipe                                                  da missão… – é o ruído…induzido pelo…”vento marciano“.

Embora a atmosfera do planeta seja extremamente rarefeita, as oscilações induzidas na sonda pelos ventos de Marte já são o suficiente para interferir nas medidas. Felizmente, diminuem ao amanhecer…permitindo coletar dados mais precisos. Os dados conjuntos      de todos os instrumentos… — incluindo as poucas informações coletadas até agora pela “perfuratriz” (que o solo de Marte insiste em expulsar de volta à superfície)…indicam que a Insight pousou numa fina camada arenosa, com uma profundidade…de alguns metroslocalizada no meio de uma antiga cratera de impacto, de 20 metros de largura.

Em profundidades maiores, a crosta marciana tem propriedades comparáveis aos escudos cristalinos da Terra…mas parece estar mais fraturada. – A propagação das ondas sísmicas sugere o manto superior com uma atenuação maiorem relação ao manto inferior — mas esses dados serão refinados com mais deteção de eventos sísmicos. (texto base) Fev/2020

p/consulta: “The human body might survive a mission to Mars better than our minds” (“Astronomy”- fev/2019) # “Seria possível viver em Marte?” (“Unicamp” – dez/2020)

Sobre Cesar Pinheiro

Em 1968, estudando no colégio estadual Amaro Cavalcanti, RJ, participei de uma passeata "circular" no Largo do Machado - sendo por isso amigavelmente convidado a me retirar ao final do ano, reprovado em todas as matérias - a identificação não foi difícil, por ser o único manifestante com uma bota de gesso (pouco dias antes, havia quebrado o pé uma quadra de futebol do Aterro). Daí, concluí o ginásio e científico no colégio Zaccaria (Catete), época em que me interessei pelas coisas do céu, nas muitas viagens de férias ao interior de Friburgo/RJ (onde só se chegava de jeep). Muito influenciado por meu tio (astrônomo/filósofo amador) entrei em 1973 na Astronomia da UFRJ, onde fiquei até 1979, completando todo currículo, sem contudo obter sucesso no projeto de graduação. Com a corda no pescoço, sem emprego ou estágio, me vi pressionado a uma mudança radical, e o primeiro concurso que me apareceu (Receita Federal) é o caminho protocolar que venho seguindo desde então.
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3 respostas para Enigmas & Circunstâncias de um “Planeta Vermelho”

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